JOSUÉ A GUERRA E O EXTERMINIO


Antes de iniciar a ocasião da conquista, Josué deu combate aos grupos inimigos, nômades, que poderiam ameaçar a produção agrícola das tribos já instaladas em Gálgala. Só depois disso, tomou Jericó, fortaleza avançada do território de Canaã. A cidade de Jericó, tem uma fonte e um oásis e estar estrategicamente situada, foi ocupado por povos diferentes, como os amorreus e cananeus, e muitas vezes destruída. Antes da conquista por parte dos hebreus. De novo reconstruída, tinham nessa época muros altos, de pedras macho e fêmea, duas torres, e casas retangulares e espaçosas. Quando estiverem para começar o combate, o sacerdote se aproximará para falar aos soldados e lhes dirá: Ouve ó Israel! Estais hoje prestes a guerrear contra teus inimigos. Não se acovardem, não fiquem com medo, não tremam, nem se atemorizem diante deles, porque o Senhor Deus marcha com vocês, lutando com vocês. Josué destacou os oficiais e definiu o ataque. A cidade foi amaldiçoada, seus habitantes executados, com exceção de uma prostituta, de nome Raabe e da família do pai dela. Os despojos de ouro e prata foram levados para o tabernáculo, que era a tenda onde estava a arca da aliança, com os Dez Mandamentos. Foi uma guerra implacável, diante disso, é o caso de investigar: o extermínio realizado pelos israelitas foi um ato justificável? Na época, Canaã estava sendo permanentemente disputada por conquistadores. Confederações de reinos, agrupados em torno de uma cidade, lançavam-se contra outros pequenos reinos. Os filisteus, por exemplo, não eram originários da região, vinham da ilha de Caftor, mais conhecida como Capadócia. Instalaram-se na região de Gaza, exterminando os Avins que viviam nesse território. Assim, os hebreus tinham tanto direito a terra como os que foram despojados. Eram conquistadores lutando contra conquistadores. E quanto ao seu modo de atuar nas operações de guerra? Caso tomemos os padrões guerreiros da época, os hebreus não eram nem mais sanguinários, nem mais cruéis. Sem dúvida, Deus utilizou o povo de Israel para trazer sua justiça sobre os cananeus. Seus costumes religiosos estavam entre os mais bárbaros de todo o mundo antigo. É ele quem exterminará. Vocês, então, desalojarão rapidamente esses povos, os farão perecer, conforme falou o Senhor Deus. Quando Deus os tiver removido de sua presença, vocês não devem dizer nos seus corações: É por causa da nossa justiça que O Senhor nos fez entrar na posse dessa terra É por causa da perversidade dessas nações que Deus irá expulsá-las da tua frente. Dessa maneira, os cananeus estavam sendo punidos por Deus por causa de seus crimes, sua idolatria e vida promíscua. E, também, para evitar que seu exemplo levasse os hebreus aos mesmos erros. Segundo a maneira de pensar dos antigos israelitas, Deus responsabiliza tanto as nações como os indivíduos. Depois da conquista de Jericó, Josué tomou a cidade de Ai, que fazia fronteira com Gilgal. Recebeu, então, a visita de embaixadores do reino de  Gibeão  com os quais Josué celebrou uma tratado de paz, sem consultar antes o Deus de Israel. Os reis de Jerusalém, Hebrom, Jarmute, Laquis e Eglom formaram uma aliança e atacaram Gibeão. Como Josué havia feito um acordo bilateral com  Gibeão, teve que sair em sua defesa e lançar um ataque contra os cinco reis. Conseguiu derrotá-los e conquistou as cidades de Maqueda, Libna e Laquis. Estabeleceu um acampamento provisório perto de Eglom e daí lançou-se à conquista de mais três cidades, Eglom, Hebrom e Debir. A essa altura, já havia ocupado toda a região central e sul da Palestina. Josué voltou então para Gilgal. Descansou meses e começou a organizaram os futuros ataques ao norte de Canaã, região onde estavam localizadas cidades populosas e fortificadas. O rei de Hazor chefiava uma confederação de reinos e ficou sabendo dos planos de Josué. Reuniu, então, todas as cidades vizinhas e organizou uma confederação para enfrentar militarmente o exército hebreu. A mais violenta das batalhas aconteceu às margens do rio Merom. Josué derrotou os exércitos confederados, queimou a cidade de Hazor e tomou todas as cidades dos reinos aliados. Estrategicamente, foi sua maior vitória, pois com ela quebrou o poder dos cananeus. Mas nem todos os habitantes da Palestina tinham sido exterminados. Isso não significa que cada cananeus havia sido expulso que cada cidade havia sido conquistada e que cada quilômetro quadrado dentro dos limites da conquista estava debaixo do domínio israelita. Significa somente que a campanha unificada das tribos, liderada por Josué, quebrou o domínio dos cananeus sobre a terra e que Israel agora era a maior potência dentro de Canaã. Seria apenas uma questão de tempo até que os territórios remanescentes fossem conquistados pelas tribos individualmente. O grande esforço nacional conjunto conseguiu firmar o domínio israelitas na terra, e subverter o poder cananeus. Cidades importantes ficaram intocadas, principalmente as da região norte da Filístia.  Apesar de ser o maior general da história de Israel, Josué cometeu três erros: fez aliança com os gibeonitas permitiu aos jebuseus permanecerem em Jerusalém e não destruiu as bases dos filisteus no litoral. Esses erros isolaram as tribos de Judá e Simeão do resto do país. A entrada principal para o território de Judá ficou sob controle dos jebuseus, que ocupavam Jerusalém. E toda a região permaneceu cercada pelas cidades dos gibeonitas. Esta situação criou um separatismo entre as tribos do norte e as do sul e acabou fracionando a confederação hebréia.