Administração Eclesiástica


I. CONCEITO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência para) e minister subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo. O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as definições existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização. Isso pode ser comprovado nas palavras dos estudiosos Stoner e Feeman, os quais ensinam que Administração é o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”.
A administração é uma ciência social que está relacionada a todas as atividades que envolvem planejamento, organização, direção e controle. [...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transforma-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais adequada à situação.
A administração já foi chamada de “a arte de fazer as coisas através de pessoas”. Esta definição foi dada por Mary Parker Follet. A administração é essencial em toda a cooperação organizada (e a igreja se enquadra), é a ação de dirigir o bom andamento dos propósitos estabelecidos. Em nosso caso, como igreja, O pastor, presbítero, tem que acompanhar os objetivos propostos pela igreja e transforma-los em ação através de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis a fim de atingir tais objetivos.








II. ORIGEM

Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos, criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja função seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a ser atingido, um alvo para cumprir.
A administração é necessária, pois desde muito cedo se verificou que é impossível ao homem realizar a maioria das atividades que a própria sobrevivência lhe exigia, sem o auxílio de outras pessoas. Mas esse auxílio só poderia ser eficaz em determinadas circunstâncias, que pouco a pouco passou a conhecer. Como resultado imediato, surgiu um conjunto de atividades e de atitudes que tomaria o nome de administração e que, com o decorrer do tempo, se transformou num campo definido de conhecimentos científicos.

Muitos autores têm negado que a administração constitua uma ciência na exata expressão da palavra. Na verdade, toda ciência se caracteriza pelo conhecimento metodizado da verdade em relação a um conjunto definido de fenômenos ou fatos. Se bem que, como todas as ciências sociais, a administração apresente uma grande complexidade, devido aos inúmeros fatores integrantes de seus fenômenos.
A administração apareceu como ciência independente no fim do século XIX. “Todo homem procura obter o máximo com o mínimo de esforço”. Este princípio determinou a procura do rendimento máximo para qualquer atividade humana e, conseqüentemente, o estudo de como obter esse rendimento. Frederick W. Taylor nos estados Unidos já no século XVIII comprovou que a baixa produção em qualquer atividade se deve à falta de uma metodologia da produção. A realização de um objetivo, porém, se faz por meio de um processo divisível em partes ou etapas que, na sua continuação, levam ao resultado final. Essas etapas podem ser definidas e caracterizadas por funções específicas, marcadas por um grau maior ou menor de dificuldades que exigirão um grau maior ou menor de especialização. Assim o processo de realização de um objetivo pode ser estudado como uma série de funções especializadas; funções que devem ser reunidas para se obter, da forma mais eficiente, o resultado almejado

III. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO.

 3.1.    Primórdios da Administração.

A Administração, como é conhecida atualmente, resultou do trabalho de vários estudiosos, envolvendo experiências, estudos e pesquisas. Por exemplo:
Antiguidade: obras na Mesopotâmia, Ásia,        Egito Antigo: papiros revelam a importância das organizações e da Burocracia.
 Confúcio: o valor da boa Administração Publica.    Hamurabi, Amasis e Manu: códigos de conduta no trabalho.     Hebreus: conceito de organização e princípio escalar.
 Roma Antiga: registro de Adm. Pública, autoridade dos magistrados, suas áreas de atividades funcionais, hierarquia e senado.
   
3.2. Administração Científica.
 A Administração científica teve inicio no começo do séc.XX com Frederick W. Taylor, cujo ideal revolucionou o pensamento administrativo. Sua intenção era reduzir ou eliminar o desperdício da economia americana, fortemente impulsionada pela indústria, resultando em aumento de produtividade.
Enfatizava tarefas, tentando solucionar problemas administrativos, através de uma abordagem racionalista.
Foco do Taylorismo (modelo lançado por Taylor):
ü  especialização.
ü  Eliminação de perdas e desperdícios.
ü  Processo de seleção do operário.
ü  Padronização dos modos produtivos.
ü  Remuneração adequada.
ü   Analise das tarefas desempenhadas e ordenação em passos simplificados.

3.3. Segundo período da Administração Científica (de Taylor)

A racionalização do trabalho operário passa a ser acompanhada de uma reestruturação das fábricas, pelos seguintes motivos: vadiagem dos operários,; desconhecimento por parte da gerencia das rotinas de trabalho dos operários; falta de uniformidade entre métodos e técnicas de trabalho.

Administração enquanto ciência:
ü   Analise de tempos e movimentos.
ü  Estabelecimentos de padrões precisos de execução.
ü  Treinamento do funcionário.
ü  Especialização de recursos humanos (inclusive a gerencia).
ü  Planejamento.
ü  Ciência no lugar do empirismo.
ü  Harmonia ao invés de discórdia.

Analisem dos estudos de tempos e movimentos, pontos positivos:
ü   Aumento de produtividade.
ü   Aumento de salário.
ü  Redução de esforços.
ü   Maior satisfação de patrões e empregados.
  
Teoria Clássica da Administração.
 O pioneiro da teoria clássica, Henry Fayol, é considerado, juntamente com Taylor, um dos precursores da moderna Administração.

3.4. Teoria clássica da administração

A Teoria Clássica trouxe uma grande contribuição à TGA; a primeira teoria sobre a organização. E também a preocupação com seu estudo científico.
HENRY  FAYOL (1841-1925) foi o fundador da Teoria Clássica. Nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris.
A Teoria Clássica põe exagerada ênfase na estrutura  ao tratar da Administração e da Organização.
A Teoria Clássica concebe a organização como se fora uma estrutura. E a maneira de conceber a estrutura organizacional é bastante influenciada pelas concepções antigas de organização (como a organização militar e a organização eclesiástica), tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Neste aspecto, a teoria Clássica, não se desligou totalmente do passado. Embora tenha contribuído enormemente para tirar a organização industrial do caos primitivo que enfrentava desde o início deste século , em decorrência da Revolução Industrial, a Teoria Clássica pouco avançou em termos de teoria da organização. Para Fayol, a organização abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada.

A partir daqui, a palavra organização passa a ser usada com dois significados diferentes:
    Organização como uma unidade ou entidade social, na qual as pessoas interagem entre si para alcançar objetivos específicos. Neste sentido, a palavra organização denota qualquer empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos. As empresas constituem  um exemplo de organização social. Dentro deste ponto de vista, a organização pode ser visualizada sob dois aspectos:

a)      Organização formal:  é a organização baseada em divisão do trabalho racional, na diferenciação e integracão  dos participantes de acordo com algum critério estabelecido por aqueles que detêm o processo decisorial. É a organização planejada: a que está no papel. É geralmente aprovada pela Direção e comunicada a todos através de manuais de organização, de descrições de cargos, de organogramas, de regras e regulamentos etc. Em outros termos, é a organização formalizada oficialmente.

b)      Organização informal: é a organização que emerge espontaneamente e naturalmente entre as pessoas que ocupam  posições na organização  formal e a partir  dos relacionamentos como ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade (ou de antagonismo) e do surgimento de grupos informais que não aparecem no organograma ou em qualquer outro documento formal. Assim, a organização informal é constituída de interações e relacionamentos sociais entre as pessoas, dotadas em certas posições da organização formal. A organização informal surge a partir das relações e interações impostas pela organização formal para o desempenho dos cargos. A Teoria Clássica deu enorme ênfase à organização formal (descurando-se da organização informal).

2.  Organização como função administrativa e parte do processo administrativo (como previsão, o comando, a coordenação e o controle). Neste sentido, a organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles e as atribuições de cada um deles.
Assim, a preocupação com a estrutura e com a forma da organização marca a essência da Teoria Clássica. Os principais aspectos da Teoria da Organização para Fayol são tratados por alguns de seus princípios gerais da Administração, a saber:
a) Divisão do trabalho: é o princípio da especialização necessária à eficiência na utilização das pessoas. Consiste na designação de tarefas específicas a cada uma das partes da organização.
b) Autoridade e responsabilidade: a autoridade é o poder derivado da posição ocupada pela pessoa (autoridade oficial) e deve ser combinado com a inteligência, experiência, valor moral das pessoas (autoridade pessoal).

c) Unidade de comando: uma pessoa deve receber ordens de um e apenas um único superior. É o princípio da autoridade única.

d) Unidade de direção: é o princípio segundo o qual cada grupo de atividade que tem o mesmo objetivo deve ter um só chefe e um só plano.

e) Centralização: refere-se à centralização da autoridade no topo da hierarquia da organização.

f)  Hierarquia ou cadeia escalar: deve haver uma linha de autoridade do escalão mais alto ao escalão mais baixo da organização. Toda ordem passa por todos os escalões intermediários até chegar ao ponto onde deve ser executada: é a cadeia escalar ou princípio escalar.
A Teoria Clássica concebe a organização em termos de estrutura, forma e disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre essas partes. Restringe-se apenas aos aspectos da organização formal.
Para a Teoria Clássica, os aspectos organizacionais são analisados de cima para baixo (da direção para execução) e do topo para as  partes  (da síntese para a análise).
Fayol parte da proposição de que toda empresa pode ser dividida em seis grupos, a saber:
Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa
1. Funções comerciais, relacionadas com a compra, venda permutação.
2. Funções financeiras, relacionadas com a procura e gerência de capitais.
3. Funções de segurança, relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das  pessoas.

5.  Funções contábeis, relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas
6.  Funções administrativas, relacionadas com a integração  de cúpula das outras      cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas.

IV. OS PRINCIPAIS PAIS DA ADMINISTRAÇÃO:

São muitos os grandes nomes da administração se considerar os primeiros estudos da Teoria Geral de Administração até os dias atuais. Segue alguns dos nomes mais conhecidos em ADM.
Taylor (Frederick Winslow Taylor) foi o primeiro a tratar a administração como ciência, é considerada o pai da administração científica. O modelo Taylorista é caracterizado pela ênfase nas tarefas de modo que sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo, com objetivo de aumentar a eficiência da empresa a partir da eficiência no nível operacional. Através do estudo dos tempos e movimentos pretendia eliminar os movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função. A principal contribuição de Taylor foi a introdução da organização racional do trabalho.
Fayol (Jules Henri Fayol), é o pai a administração clássica, tem em comum com Taylor a visão da organização como um sistema fechado, porém, sua linha de estudo introduziu a visão da administração de cima para baixo através do principio da hierarquia, foi o primeiro a enchergar a função administrativa como uma atividade distinta de outras atividades realizadas na empresa de formar que as organizações seriam compostas de um setor administrativo, um setor financeiro, um setor de produção e distribuição. Sua principal contribuição foi a identificação das atuais quatro funções da administração que são: Planejar, Organizar, Liderar e Controlar.
Elton Mayo foi um dos principais responsáveis pela Teoria das Relações Humanas. Que a partir da realização da experiência de Hawthorne, comprovou a existência das relações informais entre os funcionários da empresa, e a forte influencia das relações humanas no desempenho dos resultados nas tarefas. Sua principal contribuição foi a abordagem que considera o homem motivado emocionalmente, contrapondo a abordagem na administração clássica e científica em que o homem seria motivado apenas economicamente.
Max Weber foi o responsável pela teoria da burocracia que tem como principais características o caráter legal das normas, o caráter formal das comunicações, a impessoalidade no relacionamento, a divisão do trabalho, a hierarquização de autoridade, as rotinas e procedimentos, competência técnica e mérito, a especialização da administração, a profissionalização a previsibilidade do funcionamento.
Peter Drucker considerado o Pai da Gestão moderna - vista como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações. Sendo considerado um dos principais pensadores do fenômeno dos efeitos da Globalização na economia em geral e em particular nas organizações. Para ele a empresa que conseguir vender o produto/serviço certo, para o cliente certo, com a distribuição adequada, por um preço adequado e no momento oportuno, verá seus esforços de venda reduzirem-se a quase zero, ou seja, a venda tornar-se-á automática em função de a demanda ter sido corretamente equacionada e trabalhada.

V. O PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA FAYOL

A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa, fixando a sua atenção na estrutura organizacional.
Fayol define o ato de administrar como:
Planejar
Organizar
Comandar
Coordenar
Controlar


5.1 Organização

Prover o empreendimento de pessoal e recursos materiais.
Montar uma estrutura de relacionamento humano de maneira que as pessoas interajam de acordo com as necessidades do empreendimento.

ü  Distribuição das tarefas;
ü  Distribuição dos recursos;
ü  Distribuição do poder.

5.2 Princípios de administração de Fayol

ü  Divisão do trabalho
ü  Autoridade e responsabilidade
ü  Disciplina
ü  Unidade de comando
ü  Submissão ao interesse geral
ü  Remuneração de pessoal
ü  Centralização
ü  Linha de autoridade
ü  Ordem
ü  Eqüidade
ü  Estabilidade do pessoal
ü  Iniciativa
ü  Espírito de equipe


VI. A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos santos.
A missão da igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre todos os povos; pelo incansável testemunho cristão.

6.1 O Termo Bíblico para Administração

A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou “administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou “curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4). O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa grande (Cf. Isaias 22:19, 21; Lc 16:1-17).
No Novo Testamento, despenseiro (oikonomos) refere-se ao administrador da casa e das propriedades de um Senhor. No Evangelho de Lucas, o termo se emprega alternadamente com “escravo” (Gr. doulos). O despenseiro ou mordomo tinha direito legal de agir em nome do seu senhor, e deveria ser fiel e prudente (Lc 12.42, 1Co 4.2). Um período de tempo determinado era concedido ao despenseiro, embora ele não soubesse por quanto tempo haveria de durar a sua administração. Deus permite aos homens, enquanto suas criaturas, serem despenseiros. Somos despenseiros sobre a criação de Deus. Ao criar o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, Deus os fez responsáveis. Na qualidade de criatura de Deus, o homem deveria cuidar da criação que Deus colocou diante dele e à sua disposição, e desenvolve-la. Isso fez o primeiro casal responsável diante do Criador no exercício de domínio e sujeição da natureza, assim como no relacionamento com outros homens e também no seu relacionamento com Deus. “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra”. Isso mostra o papel central que Deus havia reservado para o ser humano, dentro de sua criação. Obedecendo ao Criador o ser humano estaria desenvolvendo seu relacionamento com ele e sendo fiel. O homem estaria cumprindo o seu mandato (Gn 1.26, 28, 2.15). O homem deveria tomar tempo para cultivar o solo, exercer o domínio e, conseqüentemente, desfrutar do trabalho de suas mãos. Fazendo assim, também estaria obedecendo ao Criador que o havia criado e equipado para tais coisas. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, deveria, em certo sentido, representar o Criador e fazer cumprir a sua soberana vontade. Assim, exerceria uma espécie de papel de “gerência” ou de “mordomo”. Um dos mais proeminentes ensinos da Bíblia é que o homem responde perante Deus. É responsabilidade inescapável do homem que algum dia ele deve prestar contas ao Criador. Na sua inaudita graça, Deus permite aos seus filhos serem despenseiros. Somos mordomos sobre a Casa de Deus. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10). O povo de Deus, a comunidade de Deus, é sua casa (1Tm 3.15).
Assim, o Novo Testamento, a partir dos ensinos de Jesus Cristo, adverte-nos que a mordomia sábia e diligente, a serviço do Mestre, é importante. Os despenseiros não devem considerar as questões da casa como sendo assuntos particulares deles; são meramente despenseiros dos dons que lhes foram confiados, e devem prestar contas de sua administração. E a fiel administração determina que Deus confiará ao despenseiro as riquezas maiores, verdadeiras.
O pastor possui funções privativas e atribuições, que quando desenvolvidas, demonstram que está sendo um bom administrador, um bom mordomo dos bens que pertencem ao Senhor:

6.2 Funções privativas.

a) Administrar os sacramentos (cerimônias).
b) Invocar a Benção Apostólica sobre o povo de Deus.
c) Celebrar casamento religioso com efeito civil.
d) Orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor.

6.3 Atribuições.

a) Orar com o rebanho e por ele.
b) Apascenta-lo na doutrina Cristã.
c) Exercer as suas funções com zelo.
d) Orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus.
e) Prestar assistência pastoral.
f) Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância, à adolescência, à mocidade, bem como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados.
g) Exercer, juntamente com outros presbíteros, o poder coletivo de governo.

VII. SISTEMA ORGANIZACIONAL DA IGREJA


 Dos órgãos da igreja. Compõem a estrutura eclesiástica e administrativa da Igreja os seguintes órgãos:

a) Assembléia Geral
b) Diretoria Executiva
c) Ministério Pastoral
d) Conselho de Líderes
e) Conselho Diaconal
f) Conselho Fiscal
g) Comissão de Membros
h) Comissão Jurídica
i) Ministério de Música
j) Ministério de Educação Cristã
k) Ministério de Evangelismo e Missões
l) Ministério de Integração e Comunhão
m) Ministério de Ação Social
n) Ministério de Comunicação
o) Ministério Mulher Cristã em Ação
p) Ministério da Juventude
q) Ministério de Arte e Cultura
r) Ministério de Finanças
s) Ministério de Administração Patrimonial


7.1. Documentos necessários para requerer a organização de Igreja

IGREJA BATISTA DE TAL

End., AV: cardeal da Silva nº 10101 Federação

Data da organização:  _____/_____/_____ , pelo Pastor ________________________

Igreja organizada com _______ presbíteros, _______diáconos e _______ membros arrolados. Rendimento mensal, em reais: R$ _______________________

Endereço do templo: Rua: ____________________________________ nº _________
Bairro: ______________    Website: ______________ E-mail: ___________________
CEP:  _______________ Cidade: ____________________________________ Estado: _______
DEPARTAMENTOS INTERNOS
Escola Bíblica Dominical:
Classes: __________                  Alunos_________       Professores: __________
Departamentos internos (indique o número de participantes):
Senhoras _______                 Homens: _______                  Jovens _____          Crianças _______
PROPRIEDADES

Templo:           É próprio? ________          É alugado? ______         Está escriturado? ______

Casa Pastoral: É própria? ________          É alugada? ______           Está escriturada? ______
Os Estatutos estão registrados? _____        Data do diário oficial:   ____/___/_______
PEQUENO HISTÓRICO DO TRABALHO

O trabalho desta igreja foi iniciado em ____/_____/_____ pelo Conselho da Ig de __________________, sob a direção do irmão _______________________ com uma média de ______ pessoas presentes. A primeira Escola Bíblica Dominical funcionou com _____ alunos e o prédio onde foi realizada a primeira reunião fica localizado à rua ____________________________________________.

OUTRAS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS
_____________________________________________________________________

7.1. Uma foto histórica. Podem ser fotos tiradas no dia da organização
ou no dia do primeiro trabalho

7.2. Cópia do Estatuto aprovado pela Assembléia e registrado em Cartório.
7.3. Cópia do CNPJ (Esse documento é solicitado à Receita Federal, após a aprovação e registro do Estatuto).
7.4. Cópia da Escritura (ou da certidão de registro do imóvel).
7.5. Cópia da Ata de organização e fundação da Igreja.
7.6. Informação sobre endereço postal, endereço do templo
e endereço do pastor


VIII. FUNÇÕES PRECÍPUAS DOS ADMINISTRADORES

Podemos identificar alguns deveres em nossa responsabilidade como despenseiros de Deus?
Tomamos como referência os nossos (já assumidos) compromissos confessionais, para identificar sete compromissos nos quais o administrador, individualmente, e a Igreja, corporativamente, devem estar envolvidos. São deveres do crente e de sua igreja, que aqui selecionamos, numa lista que não pretende ser exaustiva. Para isto, vamos inicialmente oferecer citações da Confissão de Fé, identificando a referência de capítulo e seção; a seguir, destacamos alguns textos bíblicos relacionados ao compromisso em questão.


8.1 Funções precípuas da administração

Como já afirmamos anteriormente, Stoner e Feeman, ensinam que Administração é o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”. Veremos agora, quatro aspectos do processo da administração secular e que são também importantes na vida da igreja:

8.1.1. Planejar: Significa estabelecer os objetivos da igreja, especificando a forma como eles serão alcançados. Parte de uma sondagem do presente, passado e futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir os objetivos traçados. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. Ao fazer o planejamento perguntamos: o que queremos, quais são os nossos objetivos, qual nossa missão; que recurso dispõe e quais deverão buscar; quem nos irá ajudar nesta tarefa, etc.

8.1.2. Organizar: É a forma de coordenar todos os recursos da igreja, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.

8.1.3. Dirigir ou liderar: Contrate e forme líderes que administrem a igreja. Guardada as devidas proporções, é como um jogo de futebol, que em cada jogo (obstáculo) tenha que ser vencido para que se ganhe o campeonato (planejamento). Motivar e incentivar a equipe. Delegue autoridade e responsabilidade e cobre resultados. Elogie, premie, e comemore. Lidere a equipe motivada e satisfeita para que o time alcance os objetivos. O trabalho em equipe é que leva a igreja a ter sucesso, pois acabou a era do “eu sozinho”. Não acredito na administração democrática, mas sim na participativa, onde as equipes envolvidas nos processos eleitos para se atingir os objetivos do planejamento buscam juntas as soluções.

8.1.4. Controle ou Coordenação: O que não é medido é difícil de ser avaliado. O que não é cobrado não é feito. Esta atividade é que nos permite dirigir e corrigir os trabalhos que não estão sendo feitos dentro do nosso planejamento. Com o controle o líder pode premiar as equipes que atingem os objetivos.

IX. TEORIAS MOTIVAÇÃO

Um líder estimula os membros do grupo a alcançar alvos e manter valores, que o grupo assegura como preciosos. Para ser um motivador, implica que um líder tenha a habilidade de despertar e mover as pessoas à ação e à realização, ao mesmo tempo em que, satisfaz às suas necessidades. Isso inclui a mobilização e o agrupamento de homens e de mulheres para aceitar a visão e o trabalho ara o cumprimento da obra. O treinamento refere-se ao compartilhamento de conhecimento e de habilidades para a realização da visão da comunidade.
John Page, em uma tese de Ph.D. apresentada à Universidade de Nova York, em 1984, descreve o começo e o desenvolvimento de quatro igrejas em Rio Comprido, no Rio de Janeiro. O líder, pastor João, distingui-se como um motivador e um mobilizador natural. Qual seria a outra forma de alguém começar uma igreja motivando favelados a trocarem seu sistema de valores dando generosamente, do pouco que tinham, para construir seu templo? O entusiasmo carrega o dia quando fatores mais importantes, como, verdade doutrinária e amparo bíblico estão em escassez.
Uma que, um líder precisa convencer seus seguidores de que pode resolver seus problemas da melhor forma possível, isso implica que ele necessita motivar outros a "comprarem" sua visão. Não é suficiente anunciar os alvos; cada seguidor precisa ser altamente motivado.  Para um líder motivar alguém, ele precisa transmitir sua visão tão persuasivamente, que seus seguidores irão "adotá-la”, alegremente investindo vida, energia, dinheiro e preocupação nela. Charlie Tremendous Jones, corretamente, entende que um líder tem que ser um entusiasta. Sua própria convicção da importância em realizar sua visão, o motiva. Pouco importa quão duro alguém trabalha. A questão é, o quão empolgado ele está por sua visão. O entusiasmo é contagioso.
Na realidade, é impossível alguém motivar outra pessoa, pois, a motivação, é uma atitude gerada dentro do indivíduo.32 Ela surge da persuasão que convence os seguidores de que, os alvos claramente focalizados, são dignos
de todo o esforço, que é necessário para alcançá-los.
Um líder normalmente controla os incentivos em uma organização secular. Ele estará de acordo com o nível de pagamento, com as expectativas trabalhistas e os benefícios. Porém, para uma igreja, em que os membros contribuem gratuitamente, em vez de receberem remuneração monetária, outros tipos de benefícios devem ser considerados.
Paulo identificou a graça como o elemento cristão motivador. Ela foi o fator persuasivo que levou os macedônios a dar generosamente, de sua opressiva pobreza (2Co 8.1). "No meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade" (2Co 8.2). Porque a graça motivadora raramente afeta as igrejas evangélicas de hoje? A graça não foi algum poder esotérico manipulado r que tomara conta dos cristãos da Macedônia e obscurecera seus melhores interesses. "Graça” refere-se a forma de ver que olha para o futuro e está em concordância com as palavras de Jesus: "Mais bem-aventurado é dar que receber"(At 20.35).
Essa graça motivadora brota no solo rico da fé, olhando, além do sacrifício imediato, para a alegre satisfação da eternidade. Embora ela regozije-se na antecipação do prazer futuro é necessário, para o líder persuasivo, convencer
os membros a sacrificar, como os Macedônios. Um grande líder, neste caso, Paulo, é capaz de motivar outras pessoas mostrando o desprezo pelo custo presente. Através de palavras e ação, Paulo convenceu seus ouvintes de que investimentos no Céu têm um retorno superior a qualquer valor deste mundo (Mt 6.20, 21; 2Co 4.16,17).
O amor é o maior motivador de todos. "Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição", escreveu Paulo (Cl 3.14). "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4.19). O amor de Cristo constrange (2Co 5.14), isto é, ele tem um poderoso incentivo constituído nele próprio. Paulo estava ciente de que o amor de Cristo não funcionava automaticamente como a batida de um coração. Dr. George Samuel, perito em medicina nuclear, motivador ardente e treinador de evangelistas para a Índia e o mundo, disse que: "Amor ágape tem um mínimo de emoções e um máximo de reconhecimento do valor e dignidade das pessoas".33 Paulo viu isso como uma atitude, que precisava ser "vestida” como uma capa. Quando esse amor ágape está faltando, nenhuma ação religiosa ou esforço espiritual é aceitável a Deus. "Ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará" (1 Co 13.3). O proveito nessa passagem é o prazer de Deus e a recompensa eterna do líder. Jamais poderá haver algumbenefício eterno brotando da liderança cristã que exclua o amor como o seu ingrediente básico.


X. ESTILOS DE LIDERANÇA

A) Autoritário - aquele que determina as idéias e o que será executado pelo grupo, e isso implica na obediência por parte dos demais. É extremamente dominador e pessoal nos elogios e nas criticas ao trabalho de cada membro do grupo. Conduta condenável, esta postura e não é válido este tipo de comportamento. É uma pessoa ditadora e soberana, o que comanda o grupo só pensando em si, não aceita as idéias de outro membro do grupo  é uma pessoa déspota também subestimando e diminui o grupo. Conseqüência: A reação do grupo de modo geral fica hostil e se distancia por medo.

B) Indeciso- Não assume responsabilidade, não toma direção efetiva das coisas, vive no jargão “deixa como esta, para ver como é que fica”.
Conseqüência: A reação do grupo é ficar desorganizado, gera insegurança e atritos, é como um barco sem leme, não sabe para onde vai.

C) Democrático- É o líder do povo, pelo povo, e para com o povo, preocupa-se com participação do grupo, estimula e orienta, acata e ouve as opiniões do grupo, pondera antes de agir. Aquele que determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo o grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos que a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso e sucesso de uma organização.  Tal como um sacerdote, que posso dar o exemplo de Moisés do Egito,
(quando estava com o povo defendia Deus, quando estava com Deus defendia o povo).
Conseqüência: A reação do grupo é de interação, participação, colaboração e entusiasmo.
D) Liberal - Aquele que participa o mínimo possível do processo administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresenta apenas alternativas ao grupo.
Conseqüência: A reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando coeso.
E) Situacional - É aquele que assume seu estilo de liderança dependendo mais da situação do que da personalidade. A postura deste líder brota ante as diferentes situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um estilo adequado para cada situação.
Conseqüência: A reação do grupo é de segurança e motivação por certo tempo.
F) Emergente - Diz respeito aquele que surge e assume o comando por reunir mais qualidades e habilidades para conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação especifica. Por exemplo, num caso extraordinário, onde determinadas ações devem ser traçadas de imediato.
Conseqüência: O grupo reage bem, participa, colabora, sabendo que se houver emergência, o líder saberá o que fazer

10.1 O líder e Administração

Um homem que Deus usa necessita organizar e administrar as atividades e ações de Deus na Terra. Ele precisa decidir o que será feito, e a seqüência de ações; ele planeja os acontecimentos, dando prioridade ao que é necessário. Empurra os eventos e as atividades desnecessárias para a periferia. O bom líder gasto pouco tempo apagando incêndios que irrompem na organização. Ele se esforça muito mais no ensejo de tomar decisões que previnam as tensões e os conflitos, do que nos problemas embrionários que poderão provocar incêndios.
O ministério de Paulo, em Éfeso, nos dá uma rápida percepção da administração que caracteriza a liderança preventiva, que difunde situações explosivas antes que estas destruam o trabalho de Deus. Durante os dois anos e meio que Paulo estava pastoreando a igreja naquela cidade cosmopolita, ele decidiu dar mais prioridade ao ensino.
Em suas próprias palavras: "Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus" (At 20.26-27). Por detrás dessas palavras reveladoras, está a quantidade exaustiva de trabalho e de fadiga de expulsar os falsos professores ("lobos", v.29), que esperavam qualquer abertura na cerca para levar uma das ovelhas desprotegidas. "Todo o desígnio de Deus" tem que ser efetivamente transmitido aos pagãos para que a maturidade e o conhecimento espiritual pudessem ser indiscutíveis.
Para esse fim, Paulo lembra os efésios como ele não cessou de admoestar cada um com lágrimas durante todo o tempo de seu ministério em Éfeso (v.31).
A boa liderança pressupõe que a pessoa em comando tenha uma habilidade organizacional. Saber onde começar, que passos tomar e qual é a melhor ordem na qual as ações precisam acontecer para atingirem bem seus objetivos desafia, muitas vezes, completamente a habilidade de um líder. A administração organiza o processo.
Mesmo a educação progride em pequenos passos. Quem poderia imaginar que seria possível ensinar geometria para uma criança de seis anos de idade? As crianças aprendem através da adição de cada novo passo ao conhecimento já adquirido. São necessários - para o sucesso de se atingir um alvo ou organizar um grande evento (A Geração é um bom exemplo) - muitos passos planejados, em ordem, do princípio ao fim.
Os gráficos do "Pert" (Program Evaluation and Review Téchnique - Programa de Avaliação e Técnica de Revisão) podem oferecer uma ajuda valiosa para o planejamento. O Pert é "um instrumento de controle pela definição das partes de um trabalho, e pela reunião dessas partes em forma de cadeia, de maneira que a pessoa responsável por cada parte e o encarregado pela administração geral saibam o que deve acontecer e quando". O principal valor de um gráfico Pert é para ajudar um líder a desenvolver seu alvo de forma clara, e depois, planejar uma ordem para que todos os fatores que precisam ocorrer para que aquele alvo seja alcançado. O fracasso em administrar bem um programa, pode trazer à tona, uma das bem conhecidas leis de Murphy: "Tudo que pode sair errado, sairá errado"! Isto explica a causa da Bíblia Vida Nova ter levado quatorze anos para ser lançada, em vez dos três anos esperados. Todos os passos necessários para a realização do projeto não foram vistos antes do tempo, nem a ordem necessária dos eventos. Deus seja louvado que a Bíblia saiu da impressora, mesmo depois de muitas perdas desnecessárias e de barreiras vencidas.

10.2 O Líder e as Finanças

Em quarto lugar, Jesus ensinou uma nova maneira de pensar sobre o dinheiro. Não devemos concluir que ele não se interessou por dinheiro, mas, sua maneira de tratar as posses e recursos financeiros não tem muitos adeptos hoje. Paulo descreveu Jesus como aquele que viveu na graça de Deus na área financeira. "Sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2Co 8.9). Um líder cristão deve adotar essa mesma postura.
Jesus ensinou que era errado ajuntar tesouros na Terra. O lugar certo para guardar dinheiro é no Céu: "onde ladrões não escavam nem roubam" (Mt 6.19,20). Ser um servo (escravo) de "mamom" (riquezas), significa ter perdido o direito de servir ao Senhor (Mt 6.24). Em lugar da ansiedade por causa do dinheiro e da insegurança financeira própria de homens seculares, o líder cristão deve buscar o reino e não o lucro. Deus sabe quais são as necessidades dos seus filhos e acrescentará todas as coisas aos que põem em primeiro lugar o Reino de Deus (Mt 6.33).
O Senhor enviou seus aprendizes para preparar o caminho para a sua pregação. Ele Ihes enviou sem dinheiro ou trocas de roupa (Mt 10.7-10). Eles foram obrigados a depender de Deus para abrir portas amigáveis e encontrar lares em que pudessem receber a alimentação e o cuidado. Eles tinham que viver pela fé. Hudson Taylor, da Missão do Interior da China, acreditava que deveria pedir a Deus somente fundos para sustentar a Missão. Ele acreditava que a obra de Deus, feita à maneira de Deus, não poderia jamais sofrer falta de recursos. Líderes que se preocupam ansiosamente sobre dinheiro são ainda neófitos no programa de treinamento divino da fé. O pastor Paulo Alfaro Jr., de Presidente Prudente, fundou a igreja Nova Jerusalém sem salário fixo. Confiou em Deus para mandar o sustento necessário para a sua família durante seis anos. Ele confirmou que um homem de fé pode contar com a provisão de Deus.
Evidentemente, Judas, o tesoureiro do grupo de discípulos, várias vezes não tinha dinheiro sobrando. Quando um fiscal veio coletar um imposto, Pedro teve que receber a ajuda de Jesus que o mandou fisgar um peixe e pegar a moeda encontrada em sua boca para saldar aquela obrigação (Mt 17.24-27). Como Paulo, líderes que seguem no caminho de Jesus precisam ser capazes de dizer: "já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade" (Fp 4.11, 2). Jesus ensinou generosidade através de suas palavras e ações. "Mais bem-aventurado é dar que receber", foi sua afirmação (At 20.35). Ele contou a parábola do administrador infiel que perdoara partes dos débitos dos credores de seu mestre. Jesus usou aquela estória para ensinar sabedoria ao investir-se na vida de outros. "E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos" (Lc 16.9). Isso significa que a alegria futura de um líder será maior se ele compartilhar com os necessitados, do que, fazendo lucro. Nenhuma organização cristã deve ser indiferente às necessidades dos pobres e famintos. A marca do líder no caráter do grupo poderá ser observada facilmente.
Cristo surpreendeu seus discípulos ao declarar ao jovem rico que perguntou como poderia ter certeza que iria para o Céu: "Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me" (Mc 10.21). Assim, Jesus deixou o líder (membro do Sinédrio?) ciente de que a porta para o céu é aberta aos generosos.
A precondição para segui¬10 seria a distribuição das suas riquezas entre os pobres. Jesus, então, declara definitivamente que viúvas, órfãos e destituídos são pessoas sob o cuidado especial da parte de Deus. Há algum líder vivo, hoje, que exigiria que uma pessoa rica desse suas possessões aos pobres, em vez de dar à sua organização?
Outro exemplo da forma diferente de Jesus olhar para o dinheiro pode ser visto em sua reação à sugestão de Judas de que Maria deveria vender sua valiosa "libra de bálsamo de nardo" por trezentos denários e dar o dinheiro aos pobres. A reação do Senhor provavelmente surpreendeu a todos os presentes, especialmente aos seus discípulos. "Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes" (Jo 12.1-8). Um ato de sacrifício por Jesus é ainda mais importante do que aliviar as necessidades dos pobres. Um líder comprometido com o Senhor, precisará de sabedoria para avaliar como o dinheiro é gasto, para que Deus seja supremamente glorificado.

10.3 O líder e sua conduta

A conduta do líder deve ser única e definida, sem oscilações e posições contraditórias. Deve o líder portar-se de forma idêntica em todos os campos de atuação.
Requisitos para uma boa Liderança:
Não seja Pedantista: demonstração ostensiva de que sempre sabe mais que os outros.
2. Não seja Megalomaníaco: mania de grandeza
3. Não seja Paroleiro: falar exageradamente. Isso é forma disfarçada de mentir.
4.  Não seja Reclamador: Nunca esta satisfeito. Nada satisfaz.
5.  Não seja Inconstante : mudando de atitude a toda hora.
6. Não seja Egoísta: pensar somente em si, cuidar só de si.
7. Não seja Precipitado: tomar atitudes imprudentemente.
8.  Não seja Antipático: personalidade indesejável.

Lembre-se que há diferenças entre um chefe e um líder, tais como:

CHEFE: tem a visão curta x LÍDER: tem a visão panorâmica
Um Administra recursos humanos x Outro lidera pessoas
Um precisa ganhar sempre x Outro precisa ganhar mais do que perder
Um tem todo o poder x Outro tem competência
Para um conflitos são aborrecimentos x Para outro conflitos são lições
Para um crises são riscos x Para outro crises são oportunidades

10.4 Os fatores negativos de uma liderança

Uma das coisas mais interessantes que algumas vezes se observa nas lideranças das igrejas é a Síndrome de Não  Errar. Geralmente a preocupação é tanta que leva os líderes a não ter disposição de fazer ou ainda de arriscar tanto líderes como liderados quebram relacionamentos por falta duma leal relação de ambos. Muitas vezes o líder e/ou liderado devem ceder em beneficio da comunidade. É necessário ter um propósito em mente e comum para poder definir o que é melhor. A seguir alguns erros que embora estejam relacionados à gerência de negócios podem acontecer na liderança ministerial.

1. Recusa de aceitar responsabilidade pessoal
2. Falhar em promover o desenvolvimento do pessoal
3. Tentar controlar os resultados em vez de influenciar o pensamento
4. Juntar-se ao grupo impróprio
5. Dirigir todas as pessoas da mesma maneira
6. Esquecer a importância dos lucros
7. Concentrar-se nos problemas e não nos objetivos
8. Agir como companheiro e não como chefe.
9. Deixar de estabelecer regras
10. Falhar no treinamento de seu pessoal
11. Tolerar a incompetência
12. Reconhecer os méritos somente aos máximos realizadores
13. Tentar manipular o pessoal

10.5. O ministro o líder virtual da igreja

1.            Sendo o Ministro o líder virtual da igreja, é bom que ele estude técnicas
De administração? Para quê? - Para que sua tarefa seja mais fácil e possa melhor aproveitar os diversos talentos existentes, para o progresso da própria igreja e de cada pessoa individualmente.
2. O que acha de criar diversos departamentos ou comissões de trabalho para o melhor funcionamento da igreja? - Trata-se de uma excelente idéia, pois assim os membros têm atividades específicas e cada um torna-se mais útil na obra de Deus.
3. Quais seriam essas comissões, ou departamentos? - Variam de igreja para igreja, ficando mais a cargo de cada igreja local. Generalizando, poderíamos citar:
 a) Ministério da Palavra;
b) Ministério da Música e do Louvor;
c) Ministério da Educação Religiosa;
 d) Ministério de Ação Social;
e) Ministério de Discipulado;
f) Ministério de Evangelismo.

4.            Qual a atitude ética recomendada para receber como membro um Membro de outra igreja? - Procurar saber em que circunstâncias deixou a igreja de origem, solicitando, se possível, uma carta de mudança ou transferência. Se deu problemas na igreja de origem, deve entrar em um programa de reeducação espiritual. A igreja receptora deverá comunicar-se com a igreja de onde a pessoa veio.
5. Como deve ser dividida a agenda de um obreiro? - De maneira racional e ordenada, de forma que todos os compromissos seja cumpridos a contento, sem prejuízo de alguns, por causa de outros.
6. Quanto tempo ele deve dedicar a visitas durante a semana? -
Preferencialmente, seis horas.
5.            E o tempo devocional? - Todo o tempo que lhe for possível estar a sós com Deus, em oração e com sua Bíblia, procurando realizar o culto doméstico com sua família, diariamente.
6.            E a pregações? - O pastor deve pregar pelo menos em um culto no meio da semana e de manhã e à noite no domingo. A igreja gosta de escutar a palavra do seu líder espiritual.
9. E a período de estudos? - De cinco a sete horas por semana.
10. E a aconselhamento? - Umas cinco horas por semana.
11. E ao lazer e à vida doméstica? - De preferência um dia inteiro por semana e uma três horas por dia, incluindo as refeições.
12. Que dados deve conter uma ficha de membros? - Além de todos os dados pessoais, um dossiê que conte resumidamente sua vida, desde a profissão de fé, batismo, até disciplinas a que possa ter se submetido, cargos exercidos, etc.
13. Como deve ser feito um convite para um evento da igreja? - De maneira simples, falando do fato, da finalidade, do preletor ou preletores especialmente convidados, sem esquecer o endereço, algum ponto de referência da igreja, o dia e a hora.
14. Por que a igreja precisa fazer um calendário anual de eventos, não
Ultrapassando dois por mês? - Para melhor situar-se no contexto de despesas e ter tempo para preparar-se, não realizando eventos extemporâneos ou de última hora, o que é altamente estressante para todos.
15. Por que é bom que a igreja prepare um orçamento anual? - Para evitar sérios contratempos, não gastando além de suas possibilidades. Também para desenvolver nos membros seu senso de responsabilidade para com a igreja e a obra que ela realiza.
16. Como deve ser feita a abertura de um livro de atas? - Explicando a finalidade do livro e que terá todas as suas folhas numeradas de zero a  50. Deverá ser assinada pelo presidente e pelo secretário.
17. Quais devem ser os dizeres de abertura de uma ata? - “Ata da reunião ordinária (ou extraordinária) da igreja... Aos tantos dias do mês tal, às tantas horas, reuniu-se em assembléia geral ordinária (ou extraordinária) a igreja tal, para tratar de assuntos de sua administração, sendo a reunião presidida pelo Pastor Fulano, presidente da igreja, o qual convidou a mim, Fulano de Tal, para redigir a ata da reunião.
18. Quais devem ser os dizeres de encerramento de uma ata? - “O presidente declarou encerrada a reunião após uma oração feita por ele (ou pelo irmão Tal), tendo eu redigido a presente ata que vai por mim e pelo presidente assinada.
Local e data. Secretário (a) Presidente (a).
19. De que assuntos devem tratar um estatuto, para ser oficializado? –
a) Nome da Entidade e Local de Funcionamento da Sede;
b) Finalidade;
c) Diretoria;
 d) Atividades;
e) Patrimônio;
 f) Destino do Patrimônio em Caso de Dissolução.
20. Como um pastor pode realizar casamentos com efeito civil? - Através de licença especial que pode ser conseguida no fórum da cidade onde ele mora. A igreja terá um livro de registro de casamentos que será fiscalizado pelo fórum em questão.
21. Quais as obrigações de uma igreja local em relação ao ministério da Fazenda? - Inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes e declaração de isento.
22. Quais as obrigações de uma igreja em relação à prefeitura municipal? -
Ao construir, apresentar a planta da construção, assinada por engenheiro competente.
23. Em que consiste uma reunião ordinária? - É uma reunião preestabelecida nos estatutos de uma entidade, com data certa e horário.
24. Em que consiste uma reunião extraordinária? - É uma reunião convocada pelo presidente para tratar de algum assunto que não pode esperar a próxima reunião ordinária.
25. Descreva uma cerimônia de batismo. - O ministro dirige-se ao candidato e faz algumas perguntas concernentes à sua fé e, em seguida o batiza, usando a forma e fórmula que sua denominação adota.
26. Descreva uma cerimônia da ceia do Senhor. - Em ambiente solene e santo o ministro convoca os oficiais que o ajudarão na distribuição dos elementos (pão e vinho), lê um trecho bíblico atinente à ocasião, ora e manda que sejam distribuídos os elementos de per si. Ao término da distribuição pergunta se alguém foi preterido. Em seguida impetra a benção apostólica ou faz uma oração especial.
27. Como se faz a abertura de uma reunião? - Normalmente o presidente declara aberta a reunião, em seguida lê um texto bíblico e faz uma oração. Tais atos devem constar em ata.
28. Como se faz o encerramento de uma reunião? - Não havendo qualquer outro assunto a ser tratado, o presidente pergunta se alguém propõe que a reunião seja encerrada. Em seguida, pergunta se alguém apóia. Havendo apoio, ele declara encerrada a reunião. É de bom alvitre que seja feita uma oração final.
CHIAVENATO, Idalberto, Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações/ - 7. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2003
CARVALHO, Antônio V. Avaliação de desempenho da Igreja. São Paulo: Eclesia, 1999