DISCIPULADO


O Discípulo e a Obediência

A obediência é uma virtude exemplificada em todos os livros da Bíblia. Nela, você também encontra registros sobre a desobediência e suas funestas conseqüências. Cabe-nos olhar para estes exemplos e tirarmos lições que nos ajudem a por em prática a obediência e a não repetir os erros dos que não souberam honrar a confiança de Deus.

[...] “Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor, tanto prazer em sacrifícios, como em que se obedeça à Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que a gordura dos carneiros” [...] (1 Samuel 15.22).


A obediência de Abraão: - Deus fez uma determinação ao patriarca, baseada em algumas condições: quais foram?

[...] “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Abrão levou consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhes acresceram em Harã; e saíram a fim de irem à terra de Canaã; e à terra de Canaã chegaram” [...] (Gênesis 12.1.-5).



Você descobriu que Abraão devia deixar a sua terra, a sua parentela, a casa de seus pais e seguir para uma terra distante, a qual não conhecia. Estas condições implicavam basicamente numa coisa: obediência. Fica claro, no texto, que ele dependeria exclusivamente da direção de Deus. Você descobriu, ainda, que a obediência não impõe só condição, mas traz também privilégios.
Abraão seria pai de uma grande nação, abençoado, engrandecido e uma bênção para todas as famílias da terra. E mais: aqueles que o abençoassem seriam abençoados; os que o amaldiçoassem, seriam amaldiçoados.
Vale lembrar, por conseguinte, que todas as vezes que Deus determinou alguma coisa a alguém, o intuito não era o obedecer por obedecer, ou simplesmente para fazer valer a sua soberania. Havia um propósito pré-estabelecido. Neste caso, o propósito maior era formar uma nação pela qual o redentor, Jesus Cristo, viesse ao mundo. Se Abraão não obedecesse, ficaria privado de ter o privilégio de constar em sua biografia o registro de progenitor da raça judaica que trouxe o salvador da humanidade.
Outro fato a destacar é que a obediência do Patriarca não foi um ato robótico, como se não tivesse personalidade. Não obstante Abraão ser um exemplo de obediência, houve um momento em sua vida cuja precipitação trouxe conseqüências drásticas que repercutem até os dias de hoje. Foi quando Deus prometeu um filho em sua velhice. Induzido por Sara, sua mulher, que já não acreditava mais em sua capacidade de gerar, nem mesmo por intervenção divina, Abraão acabou tendo um filho com sua escrava Agar, fora do plano de Deus. O resultado é que logo surgiram os conflitos, principalmente depois que nasceu Isaque, o filho da promessa. Para resumir, ainda hoje as conseqüências aí estão, com as hostilidades entre árabes, descendentes de Ismael, e israelenses, de Isaque.
A obediência de Paulo: - O apóstolo certa vez declarou: não fui desobediente à visão celestial. (Atos 26.19). A frase, isolada, pode parecer simplista. Mas olhando-a sob a perspectiva da vida do apóstolo, desde a sua conversão, verifica-se que ela reflete a realidade.  Atos 9.15. Quando Deus ordenou a Ananias que visitasse o apóstolo, após o encontro deste com Cristo, na estrada de Damasco, ficou claro, desde o início, o seu propósito para com o até então perseguidor do evangelho. Ele era um vaso escolhido para proclamar a salvação aos gentios. O mundo todo foi beneficiado pela obediência de Paulo, que, ao fim da vida, pôde dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé” (2 Timóteo 4.7).