O MÉTODO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA SEGUNDO DURKHEIM.





“Durkheim procurando conhecer a vida social, uma das preocupações dele era avaliar qual método permitiria fazê-lo de maneira cientifica, superando as deficiências do senso comum”.  São os subsídios de estudo da sociologia, segundo Durkheim. Os fatos que o autor designar acontecimentos sociais, “primeiro há que estudar a sociedade no seu aspecto exterior”.
Considerando, sob esta perspectiva ela surge como eu constituída por uma certa massa de população, de uma densidade, disposta   de maneira num território, dispensa nos campos ou concentradas nas cidades.   Acontecimentos coletivos, como a crença, religião, independentes dos indivíduos. 
“Os homens não esperaram o advento da ciência social para formularem idéias sobre o direito,  a moral, a família o Estado, e a própria sociedade”; Com efeito, as coisas, sociais só se realizam através dos homens: São  produtos da atividade humana. As maneiras de ser também são fenômenos de ordem coletiva que determinam o comportamento dos indivíduos, mas nesse caso há uma durabilidade no tempo, uma permanência ou estabilidade.
   Muitas vezes um movimento social se inicia como maneira de atuar e pode vir a se adsorver e constituir e daí se tornar uma maneira de surgem o tempo todo.

COESÃO, SOLIDARIEDADE E OS DOIS TIPOS DE CONSCIÊNCIA 


 
            A “solidariedade social”, para Durkheim, é cultivada pela amizade que juntar,os cidadãos  componentes de uma comunidade uns para  com  outros formando a coesão social.  “A solidariedade social – procurou mostrar como ela se constituía e se tornava responsável pela coesão entre os homens e de que maneira variava segundo o tipo de organização social, dada a presença maior ou menor da divisão do trabalho e de uma consciência mais ou menos similar entre os membros de uma sociedade”.
A consciência coletiva é simular pelo contíguo das confianças e dos anseios ordinário à medíocre dos componentes de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado que tem história cômoda. São as certezas, as culturas, o conceito que todos que se acostumar em uma própria abundância participar uns com os outros. “Um sistema de idéias, sentimentos e de hábitos que exprimem em nós (...) o grupo ou os grupos diferentes de que fazemos parte; tais são as crenças religiosas, as crenças e as praticas morais, as tradições nacionais ou profissionais, as opiniões coletivas  de toda espécie. Seu  conjunto forma o ser social.”
            Solidariedade mecânica ou por afinidade.    O acordo coletivo recobre ambiente de distintos tamanhos na consciência integral das pessoas de acordo com o sujeito de sociedade onde elas conviver.
Durkheim, a ordem social se fundamenta na “solidariedade mecânica”. Solidariedade orgânica ou por diferenças entre os indivíduos. Se a consciência individual é maior numa sociedade, os indivíduos são diferentes uns dos outros e a solidariedade só pode surgir da percepção geral de que cada um, com suas especialidades contribuem de uma maneira diferente, e importante, para a sobrevivência do todo, ao mesmo tempo em que dependem dos demais membros, especialistas em outras funções.

Tudo começou quando a turma de Direito...


Tudo começou quando a turma de Direito resolveu colocar uma célebre frase em sua camiseta e ela virou moda no Campus:

' Seu namorado não faz Direito? Vem cá que eu faço. '

Em seguida, o pessoal de Medicina largou à seguinte:

' Ele pode até fazer Direito, mas ninguém conhece seu corpo melhor do que eu. '

O pessoal de Administração não deixou para menos:

' Não adianta conhecer o corpo, fazer Direito e não saber administrar o que tem'

O pessoal de Administração ficou bem na fita, quando a turma de agronomia apareceu com a frase:

'Uns conhecem bem, outros fazem direito, alguns administram o que tem, mas plantar a mandioca como nós ninguém consegue. '

O pessoal de Publicidade largou essa:

' De que adianta conhecer bem, fazer direito, administrar, plantar a mandioca, se depois não puder contar pra todo mundo?'

A turma de Engenharia:

' De que adianta conhecer bem, fazer direito, saber administrar, plantar a mandioca e poder contar pra todo mundo, se não tiver energia e potência pra fazer várias vezes?'


O pessoal de Filosofia mandou essa:

' De que adianta conhecer bem, fazer direito, saber administrar, plantar a mandioca e poder contar pra todo mundo, se não tiver energia e potência pra fazer várias vezes?' Se não sabe filosofar,

 A  Turma de Biomedicina não ficou de fora:
' De que adianta conhecer bem, fazer direito, saber administrar, plantar a mandioca e poder contar pra todo mundo, se não tiver energia e potência pra fazer várias vezes, saber filosofar, pois é nois  que estamos na FITA.


A frase campeã ERA a de Economia:

*'De que adianta conhecer bem, fazer direito, saber administrar, plantar a mandioca, poder contar pra todo mundo, ter energia e potência pra fazer várias vezes,  saber filosofar, esta na FITA. Se mulher gosta mesmo é de dinheiro?'

Mas a frase CAMPEÃ foi a das meninas do curso de Nutrição:

'De que adianta conhecer bem, fazer direito, saber administrar, plantar a mandioca, poder contar pra todo mundo, ter energia e potência pra fazer várias vezes ,  saber filosofar, esta na FITA ter dinheiro... SE NO FINAL DAS CONTAS A GENTE SEMPRE PRECISA ENSINAR A COMER..

UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO HOJE – TRANSFUSÃO VIVENCIAL VS. TRANSMISSÃO COGNITIVA. COMO ISSO ESTÁ SENDO APLICADO NA IGREJA.




A Igreja, ideal, reúne-se em torno da Palavra de Deus e tem como objetivo: mudar, transformar, edificar a vida dos indivíduos que nela está contido, à luz dos ensinos da Palavra de DEUS. A Igreja deve no processo do indivíduo fazer uso da Transfusão Vivencial vs. Transmissão Cognitiva, como parte do fazer educação cristã. É, na verdade, viver nas dimensões propostas por Deuteronômio 6.7-8, porque só é possível viver esse projeto educacional exposto, se esse ensino for existencial, dinâmico, diário, intenso e, sobretudo, de vida. Deus te chamou para ser, em todo tempo, alguém que ensina um referencial permanente no rebanho de Deus, na sala de aula e fora dela. Isto é ser, e não ocupar o cargo de professor.
Percebemos como o ensino, de forma geral, transformou-se, apenas, na transmissão de conhecimentos, de certo número de informações. Mas, o ensino verdadeiro não está só preocupado em transmitir informações, mas, sim, em formar caráter, seres humanos maduros, capaz de andar com suas próprias pernas, de assumir as suas posturas, responsabilidades e, de manter seus compromissos, pensando por si mesmo. Efésios 4.13-14 “...até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.”   
O que ensina precisa ter o mínimo possível de convicção de que foi Deus quem o chamou para isto, de que lhe concedeu um dom. Porque é isto que vai faze-lo ser um líder relevante, cuja vida vai fazer diferença, causar impacto e não o seu conhecimento teológico, a sua cultura geral, a sua capacidade de comunicar-se. O que faz a diferença é o dom, essa graça que invade a nossa vida, que nos confere unção, a qual só se adquire com a alma aberta na presença de Deus.
Percebemos que o texto de Romanos 12.7 insere o ensino como resultado do dom do Espírito Santo. Quando o Apostolo Paulo fala a respeito do ministério do ensino, ele fala de gente que recebeu um dom de Deus para tal propósito. A isto denominado de vocação eficaz, porque a quem Deus vocacionou a este Ele também capacitou. O dom é esse algo mais que vem do alto, que vem de Deus, que nos faz viver por paixão, que nos faz ficar de pé, apesar das dificuldades e que nos permite sonhar. 
Precisamos entender que, na igreja, mais do que em qualquer outro lugar, o ensino não pode ser neutro, porque é Palavra de Deus. Temos que ser, portanto: comprometedores, tendenciosos, engajadores, envolventes e convicentes. O que ensina tem que ter, a respeito do ensino e de sua vida, o salutar desafio tendencioso que tinha o apóstolo Paulo em sua carta I Co. 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” O ensino bíblico é, e quer ser tendencioso no seu objetivo pedagógico, a fim de gerar conversão e transformação, transfusão vivencial e transmissão cognitiva.
A Igreja, de uma ou outra forma, está sempre produzindo Educação Cristã, quando ela reúne pessoas, em nome de Deus, em torno de Sua Palavra, as quais se interrelacionam e compartilham, oram, louvam, estudam, adoram, de maneira formal ou informal, com freqüência regular ou ocasional, em grupos pequenos ou através de grandes reuniões, há, sempre, alguma forma de Educação Cristã, relevante ou não e, aplicabilidade indutiva na transfusão vivencial e transmissão cognitiva.                    
Educação Integral. A vontade de Deus – Treinamento na compreensão da Palavra de Deus. Compreensão Teológica e exegética (Saber / Refletir). A missão da Igreja – Treinamento para vida a comunitária. Compreensão social (Conviver). A missão da pessoa – Treinamento para o trabalho no Reino de Deus. Compreensão funcional e ministerial (Fazer). O desenvolvimento da pessoa – Treinamento para vida pessoal equilibrada. Compreensão ontológica e existencial (Ser, Sentir). Transversalidade – Formação acadêmica, mas também prática/ministerial, também na vida emocional, na vida relacional e no caráter.                     
Romanos 12.6a -7b: "De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada... se é ensinar, haja dedicação ao ensino."

            1Coríntios 14.12: "Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurais abundar neles, para edificação da igreja."

            Efésios 1.3,5
nos diz: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade."

            No
versículo 7 de Romanos 12, vemos que o Senhor diz àquele que ensina que se o seu dom "é ensinar, haja dedicação no ensino."
Haver dedicação = Esmerar-se
Esmerar-se é realizar um ensino com cuidado especial, aplicar-se na formação do caráter, integralidade de tempo no ministério, com dedicação e com amor.
Oro a Deus para que professor e professora de Escola Dominical se esmerem no ministério que Deus autorgou para cada e que o Espírito Santo mostre, a cada autorgado, a responsabilidade que eles têm com seus alunos (seus filhos por adoção) na condução do caminho da verdade.
Quando estamos neste ministério do ensino, podemos nos fazer a seguinte pergunta:
2- Por Que É Importante Fazer-se Uma Educação Religiosa Relevante?
A- Provar que ela procede de Deus;
B- Cumprir ordenanças claramente reveladas;
C- Evitar resultados indesejáveis.
2.A- Provar Que Ela Procede De Deus
A própria Bíblia diz que ela é um livro inspirado por Deus. Vejamos o que 2Tm 3:16 nos diz: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,...".
Se você a está usando de coração, empenhando todo o seu esforço para fazer o melhor para o Senhor e para o bem dos seus filhos por adoção, então eles verão claramente e crerão que este livro (A BÍBLIA) é realmente a Palavra de Deus.

2.B- Cumprir Ordenanças Claramente Reveladas
2Ti 4:1-4 nos diz: "1 Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vida e no seu reino, 2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; 4 E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas."
Em Tit 1:14a lemos: "Não dando ouvidos às fábulas judaicas..."
Quando Deus, na Bíblia, nos manda pregar a Sua Palavra, o que nós crentes, nascidos de novo, Seus filhos, devemos fazer?
Devemos obedecer e cumprir com esmero e cuidado, pois isto não é um pedido, é uma ordem de Deus. Se você faz o trabalho do Senhor relaxadamente, então você é culpada dos maus frutos que você irá colher.
Devemos ter muito cuidado quando usamos nossos dons, quando estamos exercendo o nosso ministério, pois pode ser até decisão de Deus colocar em nossas mãos o destino das almas de muitos daqueles nossos filhos por adoção. Amemo-los como se fossem nossos próprios filhos; esforcemo-nos para falar do nosso Senhor e Salvador como se fosse para nossos próprios filhos; lutemos com toda a nossa força para colocá-los no caminho que Deus providenciou para eles, como se estivéssemos lutando por nossos próprios filhos.
É obrigação nossa cumprir ordenanças claramente reveladas e fugir das fábulas, de doutrinas que diferem da Palavra de Deus. Devemos ter cuidado em não usarmos palavras de homem como sendo a Palavra de Deus. "Na Palavra de Deus não há enganos, engodos, piadas, pilhérias, caduquices, futilidades, fábulas etc."
Usemos o tempo que estamos ministrando a Palavra para ajudarmos nossos alunos nas soluções de seus problemas, nas respostas das suas dúvidas e apresentarmos a Palavra de Deus como um bálsamo para as suas almas.
Devemos, também, ser mordomos do tempo que Deus nos deu, cuidando dele com zelo, redimindo-o. Ef 5:16 nos diz: "... redimindo o tempo; porquanto os dias são maus."
2.C- Evitar Resultados Indesejáveis
Leiamos 2Tm 2:14,16,23: "14 Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes. 16 Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. 23 E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas."
É importante fazer-se uma "educação religiosa relevante" para que não sejamos apanhados de surpresa com resultados indesejáveis que vão nos trazer problemas e tristezas por sabermos (será que já não sabíamos?) que fomos relapsos, indiferentes e sem tempo de prepararmos a mensagem que Deus colocou em nossos corações. Será que isto já não aconteceu com você? Será que você já não presenciou a existência de crentes fracassados e desviados? Nem sempre mas, muitas vezes, isto é o resultado da "falta de tempo" de professores para preparar suas aulas através de orações, pesquisas e um sem número de meios que o nosso Deus põe diante de nós. E, o que é pior, nem percebemos que o nosso coração não está ouvindo a voz do Espírito e está bem longe desta nossa responsabilidade.
Quando estamos ensinando algo que não vem de dentro do coração, que não é genuíno, então o resultado é: frieza, endurecimento dos corações, resistência à Palavra, incredulidade, dúvidas, contendas, não crer na Palavra de Deus.
Nós professores devemos ter como objetivo maior encaminhar nossos alunos por uma estrada onde encontrarão a salvação eterna através do sangue, derramado na cruz do Calvário, do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
Leiamos os seguintes versículos da Palavra de Deus:
Ef 2:1: "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados".
João 10:10: "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância."
1Pe 1:23: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre."
Vejamos, agora, uma outra pergunta:
3- Como Fazer Educação Religiosa Relevante?
a) Com um verdadeiro crente que dá testemunho, através da sua vida, que ama ao Senhor e deseja obedecê-Lo;
b)Com ortodoxia;
c) Com flexibilidade nas estruturas.
3.a) Com um verdadeiro crente
A peça-chave do "ensino religioso relevante" é o professor ser um crente dedicado e que tem compromisso com o seu ministério, sabendo que é o Espírito Santo que vai orientá-lo e, assim, repousará nEle que é quem convence o ímpio "do pecado, e da justiça, e do juízo".
1Co 2:4-5 nos diz: "A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus."
3.a.1- Professora crente que confia ensinar dirigida pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo de Deus é quem:  
*Nos orienta, ensinando a usar palavras persuasivas de sabedoria;
*Age no ouvinte, persuadindo-o e mostrando-lhe o verdadeiro caminho da salvação;
*Convence o homem do pecado, da justiça e do juízo;
*Converte e ...
*Dá o crescimento espiritual.
Para que estas etapas se realizem, é necessário que o professor seja regenerado (novo nascimento em Cristo Jesus) tornondo-se o templo do Espírito Santo de Deus. Além de tudo isto, ele tem que estar em comunhão com o Senhor, através de uma vida de oração, de leitura da Palavra de Deus, jejum, meditação e testemunho pessoal.
3.a.2- Crente certo do que crê e ensina
Em 1Tess 1:5 Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos diz que o evangelho foi pregado a nós "... em muita certeza" o que nos faz ver a grande responsabilidade que nós, professores da Palavra, temos diante de Deus, dos nossos alunos, filhos por adoção.
Por isso, o que ensina não pode ser um neófito, um novato na fé, pois ele pode seguir ventos ocasionais de outras doutrinas que eventualmente sopram sobre igrejas.
Como ele deve ser?
a) "Ele precisa ser alguém que teve tempo e deu chance para que o Espírito Santo solidificasse nele os princípios que lhe foram ministrados e por ele aprendidos.
b) Ele precisa ser alguém com completa convicção do que testifica, com firmeza, com certeza da veracidade de seu ensino, tornando-o (e também o seu ouvinte), alguém confiante, seguro e esperançoso."
3.a.3- Crente que vive a Palavra
Paulo, autor de 1 Tessalonicenses, nos diz no capítulo 1, versículo 5, que ele vivia aquilo que ensinava: "Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós."
O meu testemunho pessoal, o modo como trato as pessoas, minha reação diante de problemas, é muito importante para que eu possa mostrar às pessoas, aos meus alunos, que o Deus que aceitei, realmente, mudou minha vida. Então, eles vão, com certeza, querer este Senhor que irá também transformá-los em novas criaturas.
1Tm 4:11-12 diz: "Manda estas coisas e ensina-as. Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza."
Tt 2:7-8 diz: "Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade. Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós."
Que adianta um professor crente ter uma aula exemplar, uma oratória nota 10 mas ter uma vida que não casa com aquilo que ele ensina?
"As pessoas estão cansadas de discursos e as crianças ansiosas por exemplos."
Professora, nunca viva um personagem mas seja sincera, honesta e transparente. Seja quem realmente você é.
3.a.4- Crente que ama de coração 
Em 1Tess 5b, Paulo diz que pregou o Evangelho "por amor de vós". Apesar de muito sofrimento, chicotadas, perseguições e outras tantas coisas que o fizeram sofrer tanto material como espiritualmente, ele apresentou a salvação com muito amor e muita responsabilidade.
Nunca aceite ensinar se o motivo for:
"a) O temor da ira de Deus;
 b) A prestação de um favor ao pastor;
 c) Desejo de ser apreciado e reconhecido."
Se você está enquadrado em um destes itens ou mesmo em todos, com certeza você não é um "professor responsável e eficiente, dedicado e atencioso para com seus alunos."
"No ensino, é o amor que impede a acomodação, o desleixo, a improvisação e a preguiça."
3.b) Com ortodoxia
Ortodoxia = de acordo com a doutrina religiosa tida como verdadeira.
Se ensino com ortodoxia, então estou usando a Bíblia como meu livro de referência e dela retirando doutrinas e ensinos.
1Tm 4:9-11 nos diz que: "Esta palavra é fiel e digna de toda a aceitação; Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis. Manda estas coisas e ensina-as."
As ciências do mundo diferem da Palavra de Deus
3.b.1- Ciências do Mundo
Elas surgem por causa de pesquisas, teorias testadas, experiências, etc., mas nunca conseguem provar que a Bíblia está errada.
3.b.2- Palavra de Deus
Ela se baseia, unicamente, na revelação que o próprio Deus faz de si mesmo. E nós devemos crer, literalmente, em tudo.
Se você quer conhecer a Deus e experimentá-Lo, então leia diariamente a Bíblia com o coração aberto e faça tudo que o Senhor diz.
Por que tenho que ler a Bíblia todos os dias?
1) Primeiramente, porque é a Palavra de Deus;
2) Porque ela é abrangente e completa;
3) Porque nos fornece os rumos e princípios fundamentais para a abordagem de todo e qualquer tema;
4) Porque ela não pode ser trocada por nenhum outro tipo de livro, mesmo sendo doutrinariamente correto.
ATENÇÃO: "As experiências e testemunhos pessoais, as ilustrações e exemplos citados são sempre muito úteis e facilitam o entendimento. Porém deverão ser sempre interpretados à luz da Bíblia e, não, o contrário."
O mesmo podemos fazer com nossos alunos, mandando tarefas para casa, que precisem de pesquisas e de consulta ao texto sagrado
3.c) Com prioridade, abrangência, adequação e utilidade
Hb 5:11-14b: "11 Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. 12 Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. 13 Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentando na palavra da justiça, porque é menino. 14 Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal."
"Quanto mais genérica for a Palavra, quanto maior e heterogêneo for o auditório, quanto mais teórico for o tema, quanto mais centrado no expositor e menos participativa for a exposição, mais distantes estaremos da relevância."
Vejamos as seguintes perguntas:
"Onde nossas crianças aprenderão sobre sexualidade? Nas escolas? Nas ruas? Vale a pena esperar pelos seus lares, muitas vezes despreparados e despreocupados?  
*Onde os profissionais cristãos aprenderão ética?
*Onde nossos adolescentes serão esclarecidos sobre os riscos das drogas e da permissividade?
*Onde nossos jovens casais serão aconselhados pelos mais experientes?"
Tudo isto pode ser ensinado numa Escola Dominical, onde o professor crente, amoroso e conhecedor dos seus alunos transmitirá a mensagem com um tema visando as necessidades da classe.
Hb 5:13-14 nos diz: "Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, sem razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal."
Se sou professor, então tenho que ensinar aquilo que pode ser entendido pelo meu aluno. Se ele é ainda um bebê não posso estar alimentando-o com comida sólida e sim com leite. Mas se o aluno for maduro espiritualmente, então, tenho que alimentá-lo com comida sólida. É de minha responsabilidade como, professor, conhecer a maturidade espiritual de meu aluno.
Ec 3:19 nos diz que "Tudo tem seu tempo determinado". Tempo para tomar leite; tempo para comer carne; tempo para comer pão e tempo para comer peixe.
A Palavra de Deus deve ser ensinada de acordo com a maturidade espiritual de cada um.
Procuremos, dentro do possível, agrupar pessoas com o mesmo nível espiritual.  
E só conseguiremos isto, se conhecermos os alunos, suas vidas e necessidades.
Se decidirmos, por exemplo, dar aulas sobre os reis de Israel a adolescentes, mas eles estão, naquele momento, precisando ouvir sobre droga ou sexo, então é sábio de nossa parte darmos aulas abrangendo estes temas.
"A escolha de temas, currículos, materiais, precisa ser cuidadosa, feita com oração e com bastante conhecimento do grupo a quem se destina e do momento em que vive."
Eu não devo escolher o que é mais fácil para mim mas o que é mais importante para os meus alunos, filhos por adoção.
3.d) Com flexibilidade nas estruturas
Nossas estruturas não devem ser rígidas mas flexíveis. Pode-se fazer as seguintes perguntas:
1- Qual o melhor horário para começar?
R- O que for melhor para a maioria.
2- Qual a duração da aula?
R- A que der maior produtividade: 40 minutos? 50 minutos? 1 hora? Você pode escolher.
3- Quais os critérios de divisão de classes?
R- Você poderá dividir por departamentos: o de crianças, o de jovens, o dos homens, o das mulheres, casais novos etc. Ou, você pode dividir as classes por assunto de interesse.  
Ef 4:16 diz o seguinte: "Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor."
Se a igreja quer que tenhamos um ensino relevante, então, precisamos dar mais conforto às dependências da escola, supri-la com material adequado etc.
Para finalizar, gostaria de deixar um desafio através de duas perguntas:
1) O que você vai fazer com tudo isto que ouviu, aqui, neste estudo?
2) O que você, de joelhos e atitude de oração, vai responder ao Senhor?
Rom 12:7b nos diz que se o nosso dom "é ensinar, haja dedicação ao ensino".
Que o Senhor nosso Deus nos abençoe e nos convença da nossa obrigação de olharmos para nossos alunos como se fossem nossos próprios filhos e que, de coração, o adotemos.
(Estudo baseado no livro de Ângelo Gagliardi Jr "Educação Religiosa Relevante".)

Teologia Sistemática (Harmartiologia)



O HOMEM NO ESTADO DE PECADO

I. A Origem do Pecado

Definições bíblicas de pecado Existem pelo menos oito palavras básicas usadas para descrever o pecado no AT e doze palavras no NT. Vejamos algumas das passagens bíblicas que tratam do assunto:
·  Errar o alvo: Ex 20.20; Jz 20.16; Pv 19.2.
·  Rebelar-se: 1Re 12.19; 2Re 3.5; Is 1.2.
·  Culpa: 1Sm 3.13; Is 53.6.
·  Desprezar o Senhor: Nm 15.30,31.
·  Cambalear e tropeçar: Is 28.7.
·  Praticar injustiça: Pv 15.9.
·  Errar o caminho: Sl 58.3.
·  Ter um coração perverso: Mc 7.21; Hb 3.12.
·  Fazer mal a alguém: At 9.13; Rm 12.17; 13.10.
·  Desgarrar-se de Deus: 1Pe 2.25.
·  Ser enganado por Satanás: Ap 12.9.
·  Cair deliberadamente: Gl 6.1.
·  Separar-se de Deus: Ef 2.1.
Os capítulos 3 e 4 de Gênesis registram a Queda do homem e as trágicas conseqüências da rebelião do primeiro casal, que se estenderam a toda humanidade, em todas as gerações. Vejamos algumas informações importantíssimas sobre a Queda, em Gn 3:
·  Adão era um homem de verdade e seu pecado foi uma desobediência real às ordens de Deus (Rm 5.18,19; 1Co 15.20,21).
·  O mal invadiu o universo, através da rebelião das criaturas de Deus:
a-) Primeiro, Satanás se rebelou contra Deus (Is 14.12-15);
b-) Segundo, a serpente cooperou com Satanás (Gn 3.1);
c-) Terceiro, Adão e Eva desobedeceram à ordem clara de Deus (Gn 3.6).
·  Satanás utilizou algumas estratégias para seduzir Eva:
a-) Primeira, Satanás isolou Eva de Adão (Hb 10.24,25);
b-) Segunda, Satanás colocou em dúvida o que Deus havia dito (Gn 3.1);
c-) Terceira, Satanás negou o juízo de Deus contra o pecado (Gn 3.4);
d-) Quarta, Satanás pôs em dúvida as intenções de Deus (Gn 3.5);
·  Eva tornou-se vulnerável à tentação, porque:
a-) Deu ouvidos à Serpente, e não à palavra de Deus;
b-) Distorceu a ordem divina, aumentando o rigor da proibição (Gn 3.3);
c-) Deixou de cumprir seu mandato de impor sua autoridade sobre a Criação de Deus (Gn 1.28; 3.6);
d-) Exerceu liderança sobre Adão, ao invés de submeter-se à autoridade conferida por Deus a ele (Gn 2.18,23);
e-) Não confiou na bondade contida nas normas estabelecidas por Deus;
f-) Deixou-se dominar por sua própria razão e desejo (Gn 3.6);
g-) Desconsiderou todas as dádivas oferecidas gratuitamente por Deus a ela, suficientes para proporcionar-lhe toda sorte de prazer (Gn 2.9);
h-) Decidiu deliberadamente assumir o controle da sua própria vida, ao invés de sujeitar-se humildemente à ordem divina.
·  Em que consistiu o pecado do primeiro casal?
a-) Primeiro, eles não se conformaram à lei moral de Deus;
b-) Segundo, eles assumiram o controle de suas próprias vidas; e
c-) Terceiro, eles decidiram “libertar-se” da autoridade de Deus.
·  As conseqüências da Queda:
a) Conseqüências imediatas:
·  Separaram-se um do outro: sentiram vergonha um do outro e culparam-se mutuamente;
·  Separaram-se de Deus: sentiram vergonha e fugiram Dele;
·  Submeteram-se à autoridade de Satanás: desde a Queda, a humanidade está inevitavelmente sujeita ao engano promovido pelo Diabo e seus anjos caídos (Ef 2.2; 6.12);
·  Tornaram-se suscetíveis à dor e ao sofrimento;
·  As relações conjugais foram comprometidas pelos desejos desenfreados e pelas disputas de poder;
·  A Criação deixou de cooperar com os desígnios humanos;
·  O trabalho de Adão tornou-se fadigoso e infrutífero;
·  No final o homem seria vencido pela morte, em seus três aspectos: a separação de Deus (Ef 2.1,5), a morte física (Gn 3.19) e a condenação eterna – a “segunda morte” (Ap 20.14; 21.8);
 O homem foi expulso da comunhão perfeita com Deus, no Jardim do Éden, por causa do seu pecado (Gn 3.22-24). O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas da filosofia e da teologia. É um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e universal, é uma doença sempre presente na vida em todas as manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida de todos os homens. Os filósofos foram constrangidos a encarar o problema e a procurar uma resposta quanto à origem de todo mal, e particularmente do mal moral, que há no mundo. A alguns, pareceu uma parte de tal modo integrante da vida, que buscaram a solução na constituição natural das coisas. Outros, porém, estão convictos que o mal teve uma origem voluntária, isto é, que se originou na livre escolha do homem, quer na existência atual quer numa existência anterior. Estes acham-se bem mais perto da verdade revelada na Palavra de Deus.

A. Conceitos Históricos a Respeito da Origem do Pecado.

Os mais antigos “pais da igreja”, assim chamados, não falam muito definidamente da origem do pecado, conquanto a idéia de que se originou na voluntária transgressão e queda de Adão no paraíso já achasse nos escritos de Irineu. Esta se tornou logo a idéia dominante na igreja, especialmente em oposição ao gnosticismo, que considerava o mal inerente à matéria e, como tal, produto do Demiurgo. O contato da alma humana com a matéria imediatamente a tornou pecaminosa. Essa teoria naturalmente priva o pecado do seu caráter voluntário e ético. Orígenes procurou manter isso com a sua teoria do preexistencialismo. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente numa existência anterior e, portanto, entraram no mundo numa condição pecaminosa. Esta idéia platônica estava tão sobrecarregada de dificuldades que não pôde encontrar aceitação geral. Contudo, durante os séculos dezoito e dezenove foi defendida por Mueller e Rueckert, e por filósofos como Lessing, Schelling e J. H. Fichte. Em geral os chamados pais da igreja grega, do terceiro e do quarto século, mostravam certa inclinação para reduzir entre o pecado de Adão e o dos seus descendentes, ao passo que os “pais” da igreja latina ensinavam cada vez com maior clareza que a atual condição pecaminosa do homem encontra a sua explicação na primeira transgressão de Adão no paraíso. Os ensinos da igreja oriental culminaram finalmente no pelagianismo, que negava a existência de alguma relação vital entre ambos, enquanto que os da igreja ocidental chegaram ao seu ponto culminante no agostinianismo, que acentuava o fato de que somos culpados e corruptos em Adão. O semipelagianismo admitia a conexão adâmica, mas sustentava que isso explica apenas a corrupção do pecado, não a culpa. Durante a Idade Media reconhecia-se geralmente essa conexão. Às vezes era interpretada à maneira agostiniana, mas com mais freqüência, à maneira semipelagiana. Os reformadores compartilhavam os conceitos de Agostinho, e os socinianos os de Pelágio, enquanto que os arminianos moviam-se em direção ao semipelagianismo. Sob a influencia do racionalismo e da filosofia evolucionista, a doutrina da queda do homem e de seus efeitos fatais sobre a raça humana aos poucos foi descartada. A idéia do pecado foi substituída pela do mal, e este mal era explicado de varias maneiras. Kant o considerava como uma coisa pertencente à esfera super-racional, que ele confessava não ter condições de explicar. Para Lebnitz, devia-se às necessárias limitações do universo. Schleiermacher via sua origem na natureza sentimental do homem, e Ritschl na ignorância humana, ao passo que o evolucionista o atribui à oposição das propensões inferiores à consciência moral em seu desenvolvimento gradativo. Barth fala da origem do pecado como o mistério da predestinação. O pecado originou-se na Queda, mas a Queda não foi um evento histórico; pertence à super-historia (Urgeschinchte). Adão foi de fato o primeiro pecador, mas a sua desobediência não pode ser considerada a causa do pecado do mundo. De algum modo, o pecado do homem está ligado à sua condição de criatura. A narrativa do paraíso apenas transmite ao homem a prazerosa informação de que ele não tem por que ser necessariamente um pecador.

B. Dados Bíblicos a Respeito da Origem do Pecado.

Na Escritura, o mal moral existente no mundo transparece claramente como pecado, isto é, como transgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor pó natureza, e surge naturalmente a questão: Como adquiriu ele essa natureza? Que revela a Bíblia sobre esse ponto?
1. NÃO SE PODE CONSIDERAR DEUS COMO O SEU AUTOR. O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faca de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. “Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-poderoso o cometer injustiça”, Jó 34.10. Ele é o santo Deus, Is 6.3, e absolutamente não há falta de retidão nele, Dt 32.4; Sl 92.16. Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1.13. Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, Dt 25.16; Sl 5.4; 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15, e em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus como o autor do pecado. E por essa razão, todos os conceitos deterministas que representam o pecado como uma necessidade inerente à própria natureza das coisas devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o autor do pecado e são contrários, não somente à Escritura, mas também à voz da consciência, que atesta a responsabilidade do homem.
2. O PECADO ORIGINOU-SE NO MUNDO ANGÉLICO. A Bíblia nos ensina que, na tentativa de investigar a origem do pecado, devemos retornar à queda do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a tenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, Gn 1.31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em Jó 8.44 Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio (kat’arches), e em 1 Jo 3.8 diz João que o diabo peca desde o princípio. A opinião é a de que a expressão kai’ arches significa desde o começo da história do homem. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Da exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neófito fosse designado bispo, “para não suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo”, 1 Tm 3.6, podemos concluir que, com toda a probabilidade, foi o pecado do orgulho, de desejar ser como Deus em poder e autoridade. E esta idéia parece achar corroboração em Jd 6, onde se diz que os que caíram “não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio”. Não estavam contentes com a sua parte, com o governo e poder que lhes fora confiado. Se o desejo de serem semelhantes a Deus foi a tentação peculiar que sofreram, isto explica por que tentaram o homem nesse ponto particular.
3. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA. Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que, dada a solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes. Como resultado da Queda, o pai da raça só pôde transmitir uma natureza depravada aos pósteros. Dessa fonte não santa o pecado flui numa corrente impura passando para todas as gerações de homens, corrompendo tudo e todos com que entra em contato. É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinente a pergunta de Jó, “Quem da imundícia poderá tirar cousa pura? Ninguém”, Jó 14.4. Mas ainda isso não é tudo. Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes; e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são passíveis de punição e morte. É primariamente nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. As últimas palavras só podem significar que pecaram em Adão, e isso de modo que se tornaram sujeitos ao castigo e à morte. Não se trata do pecado considerado meramente como corrupção, mas como culpa que leva consigo o castigo. Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: “pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos”, Rm 5.18, 19.

C. A Natureza do Primeiro Pecado ou da Queda do Homem.

1. SEU CARÁTER FORMAL. Pode-se dizer que, numa perspectiva puramente formal, o primeiro pecado do homem consistiu em comer ele da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não sabemos que espécie de árvore era. Poderia ser uma tamareira ou uma figueira ou qualquer outra árvore frutífera. Nada havia de ofensivo no fruto da árvore como tal. Comê-lo não era pecaminoso per se, pois não era uma transgressão da lei moral. Quer dizer que não seria pecaminoso, se Deus não tivesse dito: “da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”. Não há opinião unânime quanto ao motivo pelo qual a árvore foi denominada do conhecimento do bem e do mal. Uma opinião das mais comuns é que a árvore foi chamada assim porque o comer do seu fruto infundiria conhecimento prático do bem e do mal; mas é difícil sustentar isso face à exposição bíblica segundo a qual, comendo-o, o homem passaria a ser como Deus, no conhecimento do bem e do mal, pois Deus não comete pecado e, portanto, não tem conhecimento prático dele. É muito mais provável que a árvore foi denominada desse modo porque fora destinada a revelar (a) se o estado futuro do homem seria bom ou mal; e (b) se o homem deixaria que Deus lhe determinasse o que era bom ou mau, ou se encarregaria de determina-lo por si e para si. Mas, seja qual for a explicação que se dê do nome, a ordem de Deus para não comer do fruto da árvore serviu simplesmente ao propósito de pôr à prova a obediência do homem. Foi um teste de pura obediência, desde que Deus de modo nenhum procurou justificar ou explicar a proibição. Adão tinha que mostrar sua disposição para submeter a sua vontade à vontade do seu Deus com obediência implícita.
2. SEU CARÁTER ESSENCIAL E MATERIAL. O primeiro pecado do homem foi um pecado típico, isto é, um pecado no qual a essência real do pecado se revela claramente. A essência desse pecado está no fato de que Adão se colocou em oposição a Deus, recusou-se a sujeitar a sua vontade à vontade de Deus de modo que Deus determinasse o curso da sua vida; e tentou ativamente tomar a coisa toda das mãos de Deus e determinar ele próprio o futuro. O homem, que não tinha absolutamente nenhum direito para alegar a Deus, e que só poderia estabelecer algum direito pelo cumprimento da condição da aliança das obras, desligou-se de Deus e agiu como se possuísse certos direitos contra Deus. A idéia de que o mandado de Deus era de fato uma infração dos direitos do homem parece que já estava na mente de Eva quando, em resposta à pergunta de Satanás, acrescentou as palavras, “nem tocareis nele”, Gn 3.3. Evidentemente ela quis salientar o fato de que a ordem não fora razoável. Partindo da pressuposição de que tinha certos direitos contra Deus, o homem promulgou o novo centro de operações, que viu nele próprio, onde agir contra o seu Criador. Isto explica o seu desejo de ser como Deus e a sua dúvida quanto às boas intenções de Deus ao dar-lhe a ordem. Naturalmente podem distinguir-se diferentes elementos do seu primeiro pecado. No intelecto revelou-se como incredulidade e orgulho, na vontade, como o desejo de ser como Deus, e nos sentimentos, como uma ímpia satisfação ao comer do fruto proibido.

D. O Primeiro Pecado ou a Queda como Ocasionada pela Tentação.

1. OS PROCEDIMENTOS DO TENTADOR. A queda do homem foi ocasionada pela tentação da serpente, que semeou na mente do homem as sementes da desconfiança e da descrença. Embora indubitavelmente a intenção do tentador fosse levar Adão, o chefe da aliança, a cair, não obstante dirigiu-se a Eva, provavelmente porque (a) não exercia a chefia da aliança e, portanto, não teria o mesmo senso de responsabilidade; (b) não recebeu diretamente a ordem de Deus, mas apenas indiretamente e, por conseguinte, seria mais suscetível de ceder à argumentação e duvidar; e (c) seria sem dúvida o instrumento mais eficiente para alcançar o coração de Adão. O curso seguido pelo tentador é bem claro. Em primeiro lugar, ele semeia as sementes da dúvida pondo em questão as boas intenções de Deus e insinuando que Sua ordem era realmente uma violação da liberdade e dos direitos do homem. Quando nota, pela reação de Eva, que a semente tinha criado raiz, acrescenta as sementes da descrença e do orgulho, negando que a transgressão resultaria na morte e dando a entender claramente que a ordem divina fora motivada pelo objetivo egoísta de manter o homem em sujeição. Ele afirma que, ao comer da árvore, o homem passaria a ser como Deus. As elevadas expectativas assim geradas induziram Eva a observar com atenção a árvore, e quanto mais olhava, melhor lhe parecia o fruto. Finalmente, o desejo lhe moveu a mão, e ela comeu do fruto e também o deu ao marido, e ele comeu.
2, INTERPRETAÇÃO DA TENTAÇÃO. Freqüentes tentativas têm sido feitas, e continuam sendo feitas, para explicar a Queda negando-lhe o caráter histórico. Alguns acham que toda a narrativa de Gênesis 3 é uma alegoria que representa figuradamente a autodepravação do homem e sua mudança gradativa. Barth e Brunner consideram a narrativa do estado original e da queda do homem um mito. Para eles, tanto a Criação como a Queda pertencem, não à história, mas ao que denominam super-história (Urgeschichte) e, daí, ambas são igualmente incompreensíveis. A narrativa dada em Gênesis ensina-nos meramente que, embora o homem seja atualmente incapaz de realizar algum bem e esteja sujeito à lei da morte, não há por que ser necessariamente assim. É possível ao homem livrar-se do pecado e da morte por uma vida de comunhão com Deus. Tal é a vida retratada para nós na narrativa sobre o paraíso, e ela prefigura a vida que nos é assegurada naquele de quem Adão foi apenas um tipo, a saber Cristo. Mas não é a classe de vida que o homem vive agora, ou que sempre viveu, desde o início da história. O paraíso não é uma certa localidade que podemos assinalar mas existe onde Deus é Senhor e o homem e as demais criaturas Lhe são sujeitos voluntariamente. O paraíso do passado está além dos limites da história humana. Diz Barth: “Quando a história do homem começou; quando o tempo do homem teve seu começo; quando o tempo e a história começaram onde o homem tem a primeira e a última palavra, o paraíso desapareceu”. É do mesmo teor o que Brunner fala, quando diz: “Assim como com respeito à Criação perguntamos em vão: Como, quando e onde aconteceu?. Também se dá com a Queda. Tanto a Criação como a Queda estão por trás da realidade histórica visível”.
Outros, que não negam o caráter histórico da narrativa de Gênesis, afirmam que pelo menos a serpente não deve ser considerada como um animal literal, mas apenas como um nome ou um símbolo da cobiça, do desejo sexual, do raciocínio pecaminoso, ou de Satanás. Ainda outros asseveram que, para dizer o mínimo, o falar da serpente deve ser entendido figuradamente. Mas todas estas interpretações, e outras quejandas, são insustentáveis à luz da Escritura. As passagens que precedem e se seguem a Gn 3.1-7 manifestam evidente propósito de construir uma pura e simples narrativa histórica. Pode-se provar que assim foram entendidas pelos escritores bíblicos, mediante muitas referências, como por exemplo, Jó 31.33; Ec 7.29; Is 43.27; Os 6.7; Rm 5.12, 18, 19; 1 Co 5.21; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14, e, portanto, não temos o direito de afirmar que os referidos versículos, que constituem parte integrante da narrativa, devem ser interpretados figuradamente. Além disso, certamente a serpente é considerada como um animal em Gn 3.1, e não daria bom sentido substituir “serpente” por “Satanás”. O castigo de que fala Gn 3.14, 15 pressupõe uma serpente literal, e Paulo não a entende doutro modo, em 2 Co 11.3. E, apesar de poder-se entender num sentido figurado a serpente falar por meio de gestos astutos, não parece possível imaginá-la mantendo dessa maneira a conversação registrada em Gn 3. A transação toda, a fala da serpente inclusive, sem dúvida acha sua explicação na operação de algum poder sobrenatural, não mencionado em Gn 3. A Escritura dá a entender claramente que a serpente foi apenas um instrumento de Satanás, e que Satanás foi o real tentador, que agiu na serpente e por meio dela, como posteriormente agiu em homens e em porcos, Jo 8.44; Rm 16.20; 2 Co 11.3; Ap 12.9. A serpente foi um instrumento próprio para Satanás, pois ele é a personificação do pecado, e a serpente simboliza o pecado (a) em sua natureza astuta e enganosa, e (b) em sua picada venenosa, com a qual mata o homem.
3. A QUEDA PELA TENTAÇÃO E A SALVABILIDADE DO HOMEM. Tem-se sugerido que o fato de que a queda do homem foi ocasionada pela tentação proveniente de fora, pode ser uma das razões pelas quais o homem é salvável, diversamente dos anjos, que não estiveram sujeitos a uma tentação externa, mas caíram pelas incitações da sua própria natureza interior. Nada de certo se pode dizer sobre este ponto, porém. Mas, seja qual for o significado da tentação a este respeito, certamente não será suficiente para explicar como um ser santo como Adão pôde cair em pecado. É-nos impossível dizer como a tentação pôde encontrar um ponto de contato numa pessoa santa. E mais difícil de explicar ainda, é a origem do pecado no mundo angélico.

E. A Explicação Evolucionista da Origem do Pecado.

Naturalmente, uma teoria evolucionista coerente não pode admitir a doutrina da Queda, e bom número de teólogos modernistas a rejeitaram como incompatível com o evolucionismo. É verdade que já alguns teólogos muito conservadores como Denney, Gore e Orr que aceitam, embora com reserva, a explicação evolucionista da origem do homem, e acham que ela deixa lugar para a doutrina da Queda nalgum sentido da palavra. Mas é significativo que todos eles concebem a narrativa da Queda como uma representação mítica ou alegórica de uma experiência ética ou de uma catástrofe moral realmente sucedida no princípio da história que resultou em sofrimento e morte. Significa que eles não aceitaram a narrativa da Queda como um relato histórico do que realmente sucedeu no jardim do Éden. Em suas Conferências Hulseanas sobre A Origem e a Propagação do Pecado, Tennant fez um relato minucioso e interessante da origem do pecado segundo o ponto de vista evolucionista. Ele se deu conta de que o homem não poderia herdar o pecado dos seus antepassados animais, visto que estes não tinham pecado algum. Quer dizer que os impulsos, propensões, desejos e qualidades que o homem herdou dos animais inferiores não podem ter o nome de pecado. Segundo a sua avaliação, eles constituem apenas o material do pecado, e não se tornam pecados de fato enquanto a consciência moral não se desperta no homem, e se permite que eles assumam o controle na determinação das ações do homem, contrariamente à voz da consciência e às sanções éticas. Ele sustenta que, no curso do seu desenvolvimento, o homem foi-se tornando aos poucos um ser ético, tendo uma vontade indeterminada, sem explicar como tal vontade é possível onde prevalece a lei da evolução, e considera essa vontade como a causa única o pecado. Define o pecado “como uma atividade da vontade expressa em pensamentos, palavras ou atos contrários à consciência individual, à sua noção do que é o bem e o direito, o conhecimento da lei moral e a vontade de Deus”. Conforme a raça humana se desenvolve, os padrões éticos se tornam mais rigorosos, e a hediondez do pecado aumenta. O ambiente pecaminoso torna mais difícil ao homem refrear-se quanto ao pecado. Esta opinião de Tennant não deixa lugar para a queda do homem no sentido geralmente aceito da palavra. Na verdade, Tennant repudia explicitamente a doutrina da queda, reconhecida em todas as grandes confissões históricas da igreja. Diz W. H. Johnson: “Os críticos de Tennant estão de acordo em que a sua teoria não deixa espaço para o clamor do coração contrito que, não somente confessa atos isolados de pecado, mas também declara: ‘Fui formado em iniqüidade; há uma lei de morte em meus membros’”.

F. Os Resultados do Primeiro Pecado.

A primeira transgressão do homem teve os seguintes resultados:
1. O concomitante imediato do primeiro pecado e, portanto, dificilmente um resultado dele no sentido estrito da palavra, foi a depravação total da natureza humana. O contágio do seu pecado espalhou-se imediatamente pelo homem todo, não ficando sem ser tocada nenhuma parte da sua natureza, mas contaminando todos os poderes e faculdades do corpo e da alma. Esta completa corrupção do homem é ensinada claramente na Escritura, Gn 6.5; Sl 14.3; Rm 7.18. A depravação total de que se trata aqui não significa que a natureza humana ficou logo tão completamente depravada como teria a possibilidade de vir a ser. Na vontade essa depravação manifestou-se como incapacidade espiritual.
2. Imediatamente relacionada com a matéria do item anterior, deu-se a perda da comunhão com Deus mediante o Espírito Santo. Esta é simplesmente o reverso da completa corrupção mencionada no parágrafo anterior. Ambos podem ser combinados numa única declaração, de que o homem perdeu a imagem de Deus no sentido de retidão original. Ele rompeu com a verdadeira fonte de vida e bem-aventurança, e o resultado foi uma condição de morte espiritual, Ef 2.1, 5, 12; 4.18.
3. Esta mudança da condição real do homem refletiu-se também em sua consciência. Houve, primeiramente, uma consciência da corrupção, revelando-se no sentido de vergonha, e no esforço que os nossos primeiros pais fizeram para cobrir a sua nudez. E depois houve uma consciência de culpa, que achou expressão numa consciência acusadora e no temor de Deus que isso inspirou.
4. Não somente a morte espiritual, mas também a morte física resultou do primeiro pecado do homem. De um estado de posse non mori desceu a um estado de non possenon mori. Havendo pecado, ele foi condenado a retornar ao pó do qual fora tomado, Gn 3.19. Diz-nos Paulo que por um homem a morte entrou no mundo e passou a todos os homens, Rm 5.12, e que o salário do pecado é a morte, Rm 6.23.
5. Esta mudança redundou também numa necessária mudança de resistência. O homem foi expulso do paraíso, porque este representava o lugar da comunhão com Deus, e era símbolo da vida mais completa e de uma bem-aventurança maior reservadas para ele, se continuasse firme. Foi-lhe vedada a árvore da vida, porque esta era o símbolo da vida prometida na aliança das obras.

Teologia Sistemática, Wayne Grudem, Editora Vida.
Berkhof, Louis, Teologia Sistemática