MORTE DE MEDUSA
Na maioria das versões do mito,
enquanto a Medusa esperava um filho de Poseidon, deus dos mares, teria sido decapitada pelo heroi Perseu, que havia recebido do rei Polidetes de Sérifo a missão de trazer sua cabeça como
presente. Com o auxílio de Atena, de Hermes, que lhe forneceu sandálias aladas, e de Hades,
que lhe deu um elmo de invisibilidade,
uma espada e
um escudo espelhado,
o heroi cumpriu sua missão, matando a Górgona após olhar apenas para seu
inofensivo reflexo no escudo, evitando assim ser transformado em pedra. Quando
Perseu separou a cabeça da Medusa de seu pescoço, duas criaturas nasceram: o cavalo alado Pégaso e
o gigante dourado Crisaor.
Para a acadêmica britânica Jane Ellen Harrison,
a "potência [da Medusa] somente se inicia quando sua cabeça é cortada, e
aquela potência se encontra na cabeça; ela é, noutras palavras, uma máscara com
um corpo acrescentado posteriormente a ela... a base do Gorgoneion é um objeto de culto, uma máscara ritual mal-compreendida."
Na Odisseia Homero não menciona a Medusa
especificamente pelo nome: Ainda para Harrison, "a Górgona teria nascido
do terror, e não o terror da Górgona."
De acordo com Ovídio, no Noroeste
da África, Perseu teria voado pelo titã Atlas, que
segurava o céu em seus ombros, e o
transformado em pedra. Os corais do Mar
Vermelho teriam sido formados pelo sangue da Medusa, derramado sobre algas quando Perseu colocou a cabeça num trecho do
litoral, durante sua breve estada na Etiópia, onde salvou e se casou com a princesa Andrômeda. As víboras venenosas
que infestam o Saara também foram
citadas como sendo nascidas de gotas derramadas de seu sangue.
Perseu voou então para Sérifo, onde
sua mãe estava prestes a ser forçada a se casar com o rei Polidetes, que foi
transformado em pedra ao olhar para a cabeça da Medusa. Perseu deu então a
cabeça da Górgona para Atena, que a colocou em seu escudo, o Aegis.Algumas referências clássicas se referem às três Górgonas; Harrison
considerava que o desmembramento da Medusa num trio de irmãs seria um aspecto
secundário do mito: "A forma tripla não é primitiva, é apenas um
exemplo de uma tendência geral... que faz de cada deusa uma trindade, o que nos
deu as Horas, as Cárites, as Semnas, e diversas outras tríades.
Parece imediatamente óbvio que as Górgonas não são realmente três, mas sim uma
+ duas. As duas irmãs que não foram mostras são meros apêndices existentes pelo
costume; a Górgona verdadeira é a Medusa."